Este trabalho propõe uma reflexão sobre os desafios de uma pedagogia extrativista na área da linguagem a partir de experiências vivenciadas em um projeto de formação de professores realizado pela Universidade Federal do Pará na Reserva Extrativista Riozinho do Anfrísio, na Terra do Meio, município de Altamira, Oeste do Pará. Seu objetivo precípuo é evidenciar a possibilidade de implementação de uma proposta formativa fundamentada em uma perspectiva intercultural e contra hegemônica a partir de uma ‘didática da língua’ que, de fato, produza efeitos de aprendizagem condizentes com as necessidades dos estudantes. A metodologia utilizada caracteriza-se por uma heterodoxia marcada pela busca de elementos potencializadores da reflexão: análise documental, imersão, observação participante e entrevistas. Os resultados preliminares indicam acertos na escolha dos procedimentos teórico-metodológicos adotados pelo Projeto – evidenciados, sobretudo, pelos avanços de aprendizagem demonstrados pelos estudantes –, mas apontam também riscos potenciais ao desenvolvimento de habilidades sociolinguísticas em caso de descontinuidade da oferta de educação escolar na referida área de conservação.