“…O estudo clássico de Bettelheim (2008) apontou a existência dessas fronteiras criadas por muitos autistas, objetivando estabelecer uma zona de contato com outras pessoas. Essas bordas protetoras, evidentes na descrição clássica do autismo kanneriano, são analisadas no presente texto, com base nas contribuições dos psicanalistas Jean-Claude Maleval (2003Maleval ( , 2007Maleval ( , 2009Maleval ( , 2010Maleval ( , 2011Maleval ( , 2012 e Eric Laurent (2010), que reforçam o fato que as bordas de proteção são dinâmicas e podem se desdobrar na clínica do autismo em objetos autísticos, duplos e ilhas de competência. Além da função protetora, aborda-se a importância do investimento sobre essas bordas como modo de localização do gozo, delimitando bordas que podem ser deslocadas e expandidas, alicerçando estratégias de (auto) tratamento do autista.…”