Percepções de doulas naturólogas sobre gestação, parto e puerpério doulas

Abstract

Este artigo trata de um estudo exploratório/descritivo, com abordagem qualitativa, objetivando conhecer as percepções e a prática profissional de doulas/naturólogas, sobre o ciclo gravídico-puerperal. A pesquisa deu-se por meio de entrevistas com sete profissionais que atuam no Brasil e uma nos EUA, como doula e naturóloga. A partir das entrevistas, emergiram quatro núcleos de significação: (1) motivações das naturólogas/doulas; (2) compreensão sobre gestação, parto e puerpério; (3) medicalização do parto; e (4) conduta profissional da doula/naturóloga. Neste artigo, a ênfase de análise compreenderá a discussão dos núcleos - compreensão sobre gestação, parto e puerpério e - medicalização do parto, por considerar sua relevância na temática deste estudo. Por meio das narrativas analisadas, foi possível observar que, entre as profissionais pesquisadas, há uma condução da assistência às gestantes, parturientes e puérperas, de forma humanizada, tendo como principal característica o cuidado integral e individualizado, a promoção da saúde e autonomia das mulheres, suas famílias, e, consequentemente, a saúde do recém-nascido. Destaca-se, também, que as participantes do estudo propiciam um espaço de acolhimento às mulheres, no que se refere às dimensões simbólicas durante o cuidado no seu ciclo reprodutivo e sexual, e utilizam, como ferramentas, os recursos naturais que promovem efeitos equilibrantes a estas mulheres, auxiliando na redução dos desconfortos do ciclo gravídico-puerperal de forma sutil, reduzindo os riscos de violência obstétrica.

Violência obstétrica: uma revisão integrativa [Obstetric violence: integrative review] [Violencia obstétrica: una revisión integradora]

“…Os 16 (100%) [12][13][14][15][16][17][18][19][20][21][22][23][24][25][26][27] artigos selecionados foram publicados entre os anos de 2004-2018 e em revistas brasileiras, e são demonstrados na Figura 1. Observa-se que 6 (37,5%) 13,16,18,[20][21][22] foram publicados em revistas de enfermagem, 2 (12,5%) 15,26 em revistas de saúde pública, e 8 (50%) 12,14,17,19,[23][24][25]27 em outras revistas.…”

“…Para chegar ao Bojador, é preciso ir além da dor 12 2015 Violência obstétrica na visão de enfermeiras obstetras 13 2014 Violência institucional em maternidades públicas sob a ótica das usuárias 14 2011 Violência institucional, autoridade médica e poder nas maternidades sob a ótica dos profissionais de saúde 15 2013 Poder, violência e dominação simbólicas nos serviços públicos de saúde 16 2004 O dilema de uma prática: experiências de aborto em uma maternidade pública de Salvador, Bahia 17 2016 Do parto institucionalizado ao parto domiciliar 18 2014 À margem da humanização? Experiências de parto de usuárias de uma maternidade pública de Porto Alegre-RS 19 2017 Percepção de enfermeiras obstétricas acerca da violência obstétrica 20 2018 Parto hospitalar: experiências de mulheres da periferia de Cuibá-MT 21 2006 Percepção das mulheres sobre violência obstétrica 22 2017 Meio grogue e com as mãos amarradas: o primeiro contato com o recém-nascido segundo mulheres que passaram por uma cesárea indesejada 23 2013 Nascer na prisão: gestação e parto atrás das grades no Brasil 24 2016 Fatores associados à violência obstétrica na assistência ao parto vaginal em uma maternidade de alta complexidade em Recife, Pernambuco 25 2016 Desigualdades raciais, sociodemográficas e na assistência ao pré-natal e ao parto 26 2005 Percepções de doulas naturólogas sobre gestação, parto e puerpério 27 2014 FIGURA 1: Artigos incluídos no estudo e ano de publicação. Brasil, 2019.…”

“…Os tipos de violência no parto identificados nos artigos foram: ofensa verbal e psicológica (11 -68,8%) 12,14-24 ; expropriação do corpo feminino (10 -62,5%) 12,16,[18][19][20][21][22][25][26][27] ; privação de acompanhantes (7 -43,8%) 12,15,17,19,[22][23][24] ; não fornecimento de informações (8 -50%) 12,14,16,17,[20][21][22][23] , privação dos movimentos no trabalho de parto e parto (6 -37,5%) 17,19,[21][22][23][24] ; banalização da dor (3 -18,8%) 14-16 e falta de privacidade (2 -12,5%) 16,17 .…”

“…Dentre as possíveis causas apontadas nos estudos destaca-se o despreparo profissional e institucional (12 -75%) [12][13][14][15][16][17][18]20,21,23,25,26 , medicalização da assistência (10 -62,5%) [12][13][14]16,[18][19][20]23,25,27 , Autoritarismo/hierarquização profissional (8 -50%) [14][15][16]18,19,21,23,25 , nível socioeconômico e escolaridade (5 -43,8%) 16,19,21,25,26 e por último, a negação ou não reconhecimento da violência obstétrica (3 -18,8%) 14,15,20 .…”

“…Nos Centros de Parto Normal a parturiente tem a liberdade de ter um acompanhante de sua escolha e uma doula, além de poder escolher a posição que desejar até o nascimento do bebê. Estes espaços apresentam resultados perinatais significativamente positivos em relação aos partos normais e de risco habitual 25,27 .…”