EditorialVer artigo relacionado na página 131 O relato atual é primoroso em detalhamento, extraindo todas as informações possíveis reunidas na ficha de coleta de dados, permitindo aferir a evolução numé-rica da aplicação desse método de reperfusão coronária assim como seu efeito na redução da morbidade e mortalidade dessa que é a principal manifestação e revestida de maior gravidade clínica da doença arterial coronária.Mas será possível exarar conclusões com o nível de consistência que os autores subscrevem ao final da referida pesquisa? Uma revisão do passado sempre promove reflexões para aprimoramentos no futuro e a possível resposta a esse questionamento.O registro CENIC foi idealizado na administração da SBHCI iniciada em 1991, na época ainda um departamento da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), presidida naquele biênio (1991)(1992) pelo Dr. José Nogueira Paes (Fortaleza, CE, Brasil). Essa iniciativa pioneira, e que merece menção de louvor, catalisava um desejo e uma necessidade societária premente de obter conhecimento da prática clínica intervencionista no Brasil, notadamente, da efetivação da angioplastia coronária, hoje ICP, relacionada a indiscutível liderança na prevalência da doença arterial coronária. Na oportunidade, o Dr. Nogueira Paes convidou a Profa. Dra. Amanda G. M. R. Sousa (São Paulo, SP, Brasil) para gerenciar o futuro registro. Assim, sob a batuta dessa maestrina única da cardiologia intervencionista brasileira foi gestado o registro CENIC, do marco zero. Por pouco mais de uma década (1991)(1992)(1993)(1994)(1995)(1996)(1997)(1998)(1999)(2000)(2001)(2002), esse registro esteve sob seu gerenciamento, e tive então a honrosa oportunidade de, atendendo a seu convite, auxiliá-la diariamente na construção, direção e controle do mesmo. O departamento não ofertava uma sede própria, sendo abrigado, inicialmente, no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (São Paulo, SP, Brasil). Importante recordar que, nesses anos, a informática engatinhava e era restrita a muito poucos, e uma rede federativa necessita ser tecida, para que, mediante a união e o compromisso de todos, lográssemos o êxito e o objetivo almejados. Um ano foi despendido na preparação da logística e na contratação de colaboradores dedicados, e em 1992 iniciava-se a coleta de dados.Em 1994, portanto menos de dois anos após sua criação, publica-se, nos Arquivos Brasileiros de Cardiologia, o primeiro relatório desse registro, compreendendo o biênio 1992-1993 (16.429 pacientes analisados), amál-gama consistente da contribuição de 97 sócios, aderên-cia inicial próxima de 80%.