Esse artigo coloca em análise as relações da prática intersetorial com as famílias no Núcleo Intersetorial Regional Técnico (NIR-T) de uma das regionais de Belo Horizonte, espaço para a discussão de casos graves de violação social. Esse estudo tem a pesquisa-intervenção como metodologia e as ideias de Deleuze e Guattari e René Lourau como marco teórico. No processo da pesquisa tivemos dificuldades com as entrevistas com as famílias, que não puderam ser escutadas como planejado. Examinamos essa inviabilidade como um analisador, que torna visível a tensão do que é reproduzido pelas instituições, mas também a produção do novo, do que gera conflito. Constatamos a presença de alguns “não ditos” institucionais: a mudança de prefeito, a proteção dos profissionais e das famílias, a passividade, mas também a necessidade de sustentar a diferença das famílias. Concluímos que a avaliação das políticas públicas pelos usuários é essencial para a sustentação da prática intersetorial.