Os metabólitos secundários produzidos pelas plantas são responsáveis por suas atividades farmacológicas e a produção destes metabólitos representa também uma interação química entre a planta e o ambiente em que as envolve. Logo, tal produção é diretamente afetada pelas variações ambientais. As formulações farmacêuticas disponíveis no mercado, em sua maioria, são derivadas direta ou indiretamente de produtos naturais, como por exemplo, as formulações cosméticas utilizadas para proteção solar. O presente trabalho trata-se de uma análise fitoquímica qualitativa das principais classes de constituintes químicos das partes aéreas das espécies A. oleracea e C. paludosa do horto das faculdades Nova Esperança, buscando-se conhecer o perfil de metabólitos secundários produzidos e, se essas espécies possuem atividade fotoprotetora. Foram obtidos os extratos etanólicos brutos (EEB) das plantas a partir das partes aéreas de cada uma separadamente. Para análise qualitativa uma alíquota de cada extrato foi submetido isoladamente a ensaios específicos, estabelecidos na literatura, para identificar a presença das seguintes classes de constituintes: flavonoides, saponinas, alcaloides, taninos e terpenoides, bem como por análise de espectros de RMN de 1H. Na determinação do fator de proteção solar (FPS), empregou-se o método espectrofotométrico de amostras em solução adaptado por Mansur. Os testes fitoquímicos compilados a técnicas espectroscópicas de RMN1H e comparações com os dados da literatura, permitiram constatar o predomínio de classes como: flavonoides, na espécie C. paludosa, taninos na A. oleracea e terpenoides em ambas. As identificações dessas classes de compostos possibilitaram assim o direcionamento de um perfil fitoquímico para cada planta separadamente e ratificam o uso e a distribuição destas espécies cultivadas no horto medicinal das faculdades Nova Esperança, uma vez que, apresentam as principais faixas de metabólitos que são provavelmente responsáveis pelas suas atividades biológicas. Na determinação do FPS, tanto o agrião do Pará (A. oleracea), quanto o alho do mato (C. paludosa) apresentaram valores acima de 6,0 em todas as concentrações analisadas, o que caracteriza um potencial fotoprotetor positivo nas duas espécies, sendo este maior no alho do mato, 9,24 e 11,42 e 8,46 e 10,72 para o agrião do Pará nas concentrações de 50µg/mL e 100µg/mL respectivamente, logo, são candidatos promissores para maiores investigações da probabilidade do seu potencial fotoprotetor. Recomenda-se que pesquisas adicionais sejam realizadas com as plantas medicinais, fortalecendo assim o uso racional, baseado em estudos científicos.