Pico de fluxo de tosse em crianças e jovens com atrofia muscular espinhal tipo II e tipo III

Abstract

RESUMO A atrofia muscular espinhal é uma doença neurodegenerativa, que pode cursar com insuficiência respiratória progressiva. O objetivo deste trabalho é descrever o pico de fluxo de tosse de crianças e jovens com atrofia muscular espinhal dos tipos II e III. Trata-se de um estudo transversal descritivo realizado em ambulatório de neuropediatria entre março de 2011 e maio de 2012, com pacientes com atrofia muscular e espinhal dos tipos II e III com mais de 5 anos de idade. Dos 53 pacientes elegíveis, 21 participaram da pesquisa. A medição do pico de fluxo de tosse foi realizada através do peak flow meter com os pacientes sentados e deitados. Após registradas três medidas, foi selecionada a maior entre elas. Os indivíduos do tipo III alcançaram valores de pico de fluxo de tosse superiores aos dos indivíduos do tipo II. As medidas tomadas em posição sentada (AME tipo II 159,4 l/min; AME tipo III 287,9 l/min) foram superiores às medidas em posição deitada (AME tipo II 146,9 l/min; AME tipo III 257,5 l/min), com diferença significativa (p-valor=0,008 posição sentada e p=0,033 posição deitada). Concluiu-se que indivíduos com AME tipo III apresentam maior PFT, principalmente quando sentados, em comparação com o tipo II.

Acompanhamento das funções respiratória e motora de crianças com atrofia muscular espinhal e distrofia muscular de Duchenne: um estudo longitudinal

“…Sendo assim, a avaliação do PFT é um importante marcador para monitorar os pacientes em alto ou baixo risco de desenvolver complicações por infecções pulmonares. 22,36 Valores de PFT maiores que 160 l/min são preconizados para que se mantenha a tosse efetiva e a via aérea pérvia, enquanto PFT abaixo desse valor indica alto risco de infecção respiratória. 29,36 Na corrente investigação, a média do PFT apresentou aumento numérico ao longo das 3 avaliações.…”

“…Quando houve limitação para manutenção dessa postura, a medida foi feita com fita métrica a partir da envergadura, medindo-se o comprimento da ponta do dedo mais longo -com o braço estendido horizontalmente -até a fúrcula esternal. 21,22 Para o cálculo do índice de massa corporal (IMC) e classificação das crianças/adolescentes em eutróficas, baixo peso, sobrepeso e obesidade, utilizou-se a calculadora eletrônica do Programa Telessaúde do Ministério da Saúde, conforme Organização Mundial da Saúde. 23 Após coleta dos dados antropométricos, iniciou-se a avaliação respiratória.…”

Spinal Muscle Atrophy: Clinical Cases

“…In the present study, respiratory muscle weakness is shown by respiratory evaluation, with specific instruments, such as peak flow and manovacuometry, in which manovacuometry was decreased in individuals with spinal muscle atrophy III. In some studies , type III presented a higher expiratory peak, since it is a more heterogeneous group, composed of individuals who maintain ambulation, wheel-chair users and people with and without spinal deformities 26 . In the present report, one of the individuals obtained the expiratory flow without alterations, in which the same ambulates and does not present deformities.…”

Atuação da fisioterapia em crianças com AME: uma revisão sistemática

“…A fisioterapia é indicada para manutenção de funções e incremento na qualidade de vida, havendo evidências iniciais de efeitos positivos com a terapia neuromotora intensiva (TNMI), embora com controvérsias na literatura sobre efeitos e indicações de exercícios de resistência. A reabilitação funcional, desempenha um papel de extrema importância na qualidade de vida e melhora do prognostico dos indivíduos (Souza et al, 2019).…”

“…Constatou-se que, a expansão dos pulmões com respirações profundas diárias não só melhora a capacidade inspiratória, mas também permite maior distensão pulmonar e troca gasosa mais eficiente (Chrun et al, 2017). Souza et al, (2019) considerou a repercussão ventilatória nos pacientes neuromusculares com AME pouco explorada, gerando desconhecimento sobre em qual momento deve-se atuar com assistência ao paciente. Medidas terapêuticas deveriam ser empregadas para otimizar o fluxo expiratório, alcançando clearance de secreção das vias aéreas e evitando agudizações respiratórias.…”