Modelo: Observacional transversal. Objetivo: comparar os perfis lipídico e glicêmico de crianças e adolescentes obesos atendidos em serviços de saúde público e privado. Metodologia: estudo transversal, envolvendo 113 indivíduos obesos com idades entre 7 e 18 anos, conduzido em dois ambulatórios, um público (n=51) e outro privado (n=62). Foram colhidos dados antropométricos e amostras de sangue, tendo-se comparado, entre os grupos, glicemia, insulinemia, HOMA e lipidograma. Resultados: em relação às médias, apenas para o HDL houve diferença, sendo os valores inferiores para o serviço público. Quanto à prevalência de indicadores fora da faixa de normalidade, esteve sempre acima de 45%, com exceção da hiperglicemia que se mostrou rara. Apenas a prevalência de indivíduos com HDL baixo foi diferente entre os grupos, sendo inferior para o serviço privado. Conclusões: Não se observou hiperglicemia, mas as prevalências de dislipidemia e resistência insulínica foram elevadas em ambos os serviços. O HDL foi o único indicador que se mostrou diferente entre os dois grupos e, considerando-se que ele é o mais sensível à qualidade da alimentação e à atividades física, pode-se sugerir que, tanto do ponto de vista de saúde pública como individual, esses aspectos devam ser melhor cuidados nas populações de menor renda