Plantas medicinais utilizadas na caatinga brasileira e o potencial terapêutico dos metabólitos secundários: uma revisão

Abstract

O bioma Caatinga possui uma ampla diversidade e proporciona a população a utilização de plantas para fins medicinais. A indústria farmacêutica tem um grande interesse em pesquisar os metabólitos presentes nas espécies desse bioma, além de comprovar cientificamente qual patologia pode ser tratada utilizando a espécie em estudo. Muitas espécies que são utilizadas pela população ainda não foram estudadas. Esse estudo teve como objetivo buscar informações acerca das plantas medicinais da Caatinga, reunir as informações históricas sobre as espécies utilizadas pela população, abordar os principais métodos de extração e as classes de metabólitos secundários com suas respectivas propriedades medicinais. Para elaboração desta revisão integrativa foram feitas pesquisas a partir de bancos de dados como SCIELO, LILACS, PUBMED e Science direct. Os artigos foram pesquisados em língua portuguesa e inglesa, tendo sido a maioria publicada nos últimos 20 anos. Diversas famílias de plantas foram descritas nos estudos, porém a família com maior quantidade de espécie que possui potencial medicinal foi a família Fabaceae. A forma de preparação da planta para o uso varia de acordo com a tradição cultural local, mas a que predomina é a infusão e a maceração.

Plantas alimentícias não convencionais (PANC) nos levantamentos etnobotânicos do Brasil

“…Já a família Fabaceae, considerada a terceira maior família em termos de espécies entre as Angiospermas e a segunda família botânica de relevada importância econômica, possui espécies alimentícias que têm sido utilizadas pelo homem desde a antiguidade (SÁ-FILHO et al, 2021). A família Arecaceae, através de suas palmeiras, oferecem recursos para herbívoros, polinizadores e outros animais por meio de seus frutos e sementes, além de serem exploradas economicamente para a produção de óleo, amido e palmito (SANTELLI; CALBO; CALBO, 2006).…”

Investigação fitoquímica e atividade alelopática do extrato foliar da Croton heliotropiifolius Kunth sobre o desenvolvimento inicial de Lactuca sativa L.

“…Os metabólitos secundários são caracterizados pela sua estrutura complexa, baixo peso molecular, ampla atividade biológica e distintas classes presentes em baixas concentrações em plantas medicinais. Muitos não são apenas de importância farmacológica, mais também nas áreas alimentar, agronômica, perfumaria, comercial e outros (Pereira & Cardoso et al, 2012;De Sá-Filho et al, 2021).…”

Plantas Medicinais Da Caatinga: Uma Revisão Integrativa Dos Saberes Etnobotânicos No Semiárido Nordestino

“…Do total de 66 artigos levantados, 18 artigos foram analisados e revisados para integrarem o corpus da pesquisa, seguindo os critérios de inclusão e exclusão. Essas publicações se caracterizam por levantamentos etnobotânicos de plantas medicinais realizados na região semiárida do Nordeste, em vegetação de caatinga, com o intuito principal de caracterizar o uso dessas plantas por populações, verificando a diversidade de espécies e propriedades terapêuticas.Diversos trabalhos de revisão já realizados, incluindo o uso das plantas medicinais, têm demonstrado a importância e eficácia do uso por diversas comunidades, como a pesquisa deSá-Filho et al (2021), os quais reuniram informações sobre as principais espécies de plantas medicinais da caatinga, relatando um contexto histórico de uso, além de esclarecer os principais métodos extrativos e as classes de metabólitos secundários. Para outros biomas e com uma abordagem etnobotânica das plantas medicinais,Vargem et al (2022), realizaram uma revisão bibliográfica a respeito das plantas medicinais do cerrado, com ênfase em identificar os aspectos relacionados aos estudos etnobotânicos e etnofarmacológicos.Tabela 1.…”