2017
DOI: 10.1590/2316-4018512
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(Po)éticas da escrevivência

Abstract: Carolina Maria de JesusA declaração de Evaristo e o poema de Carolina Maria de Jesus que inauguram este ensaio indicam a urgência de abertura dos estudos literários a enunciações que se mantiveram fora do que chamamos de cânone, uma vez que vêm de espaços historicamente silenciados e marcados por resquícios ainda presentes, na contemporaneidade, do colonialismo e da escravidão. Essa abertura tem ocorrido aos poucos, pois a reivindicação do direito à escritura -e à escrevivência -parece ter sido ouvida tardiame… Show more

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“…Para Bispo e Lopes ( 2018), este argumento aponta para a base do que a autora define como "escrevivência" (Evaristo, 2009), em que sua experiência pessoal, enquanto mulher, negra e pobre, define tanto o conteúdo da escrita quanto a 'lente' pela qual Evaristo imprime sua visão de mundo em narrativas e personagens. Barossi (2017), ao se debruçar sobre as obras de Evaristo, ressalta também a natureza questionadora da escrevivência, associando-a ainda à escrita de Carolina Maria de Jesus (1914Jesus ( -1977, mulher e autora negra que ganha notoriedade ao publicar seus diários, onde relata a experiência da pobreza, da fome e marginalização no livro Quarto de Despejo, em 1960. Ainda para Barossi (2017), Evaristo e Jesus ao tomar como base a própria história e vivência utilizam "uma montagem de memória, história, experiência e poética" (p. 36), trazendo assim para o universo literário estas narrativas antes silenciadas que explicitam, entre outras coisas, as opressões sofridas na pele.…”
Section: Articulação Entre Fanon E Evaristounclassified
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“…Para Bispo e Lopes ( 2018), este argumento aponta para a base do que a autora define como "escrevivência" (Evaristo, 2009), em que sua experiência pessoal, enquanto mulher, negra e pobre, define tanto o conteúdo da escrita quanto a 'lente' pela qual Evaristo imprime sua visão de mundo em narrativas e personagens. Barossi (2017), ao se debruçar sobre as obras de Evaristo, ressalta também a natureza questionadora da escrevivência, associando-a ainda à escrita de Carolina Maria de Jesus (1914Jesus ( -1977, mulher e autora negra que ganha notoriedade ao publicar seus diários, onde relata a experiência da pobreza, da fome e marginalização no livro Quarto de Despejo, em 1960. Ainda para Barossi (2017), Evaristo e Jesus ao tomar como base a própria história e vivência utilizam "uma montagem de memória, história, experiência e poética" (p. 36), trazendo assim para o universo literário estas narrativas antes silenciadas que explicitam, entre outras coisas, as opressões sofridas na pele.…”
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“…Barossi (2017), ao se debruçar sobre as obras de Evaristo, ressalta também a natureza questionadora da escrevivência, associando-a ainda à escrita de Carolina Maria de Jesus (1914Jesus ( -1977, mulher e autora negra que ganha notoriedade ao publicar seus diários, onde relata a experiência da pobreza, da fome e marginalização no livro Quarto de Despejo, em 1960. Ainda para Barossi (2017), Evaristo e Jesus ao tomar como base a própria história e vivência utilizam "uma montagem de memória, história, experiência e poética" (p. 36), trazendo assim para o universo literário estas narrativas antes silenciadas que explicitam, entre outras coisas, as opressões sofridas na pele. Dalcastagnè (2008) faz um levantamento dos estereótipos, do apagamento e a tentativa de "embranquecimento" presentes em personagens negros na literatura brasileira.…”
Section: Articulação Entre Fanon E Evaristounclassified
“…"Escrevivência" é um termo que consegue ir além de um conceito. É uma plataforma teórica, metodológica, metódica, que propicia àqueles que a utilizam pensar as escritas subalternizadas, esquecidas, que partam do lugar do silenciamento e da negação (Barossi, 2017). É um operador para produção de textos dos condenados e das condenadas da terra 11 , para além do registro literário (Borges, 2020).…”
Section: Marques E Martino (2016 P 40) Reivindicam Queunclassified
“…Para Luana Barossi (2017), a noção de direito à literatura aponta apenas duas vertentes, a de "organização do caos mental" e do "desmascaramento social e da denúncia", não estabelecendo "uma terceira dimensão, que não diz respeito ao direito àquela literatura erudita que narra o subalternizado do ponto de vista do intelectual, mas a literatura produzida e narrada pelo próprio subalternizado" (BAROSSI, 2017, p. 25). Ou seja, não abrindo a possibilidade de um "direito à escrevivência 43 " para os "sujeitos historicamente silenciados e marcados por resquícios ainda presentes, na contemporaneidade, do colonialismo e da escravidão" (BAROSSI, 2017, p. 22).…”
Section: )unclassified
“…Barossi (2017) joga com a noção de "Direito à Literatura", de Antonio Candido (2011), e com o conceito de "Escrevivência", de Conceição Evaristo (2008), ao debater a potência autorrepresentativa dos sujeitos subalternizados. A pesquisadora afirma que o conceito de escrevivência apresenta uma "potência de colocar em relevo essas narrativas antes desconsideradas" (BAROSSI, 2017, p. 32), o que permite "uma montagem de memória, história, experiência e poética'"(BAROSSI, 2017, p. 36).…”
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