As transformações decorrentes das alterações do clima colocam forte pressão sobre a sociedade e os ecossistemas, tornando-os vulneráveis a diferentes riscos e ameaças. As análises do IPCC (2014) têm apontado que os impactos negativos das mudanças climáticas afetam sobremaneira a disponibilidade de água para manutenção dos ecossistemas e das necessidades humanas básicas (UNESCO, 2020).Recentes pesquisas evidenciam que a emergência climática é, em grande medida, irreversível, acarretando elevação nas temperaturas para os próximos 1.000 anos, mesmo no caso improvável de cessação das emissões de dióxido de carbono (SOLOMON et al., 2009; IPCC 2021, cap. 4). As últimas décadas demonstraram que a emergência climática é de difícil solução política, havendo inércia sobre a forma de seu enfrentamento. A recente ascensão do populismo de direita tem impulsionado ainda mais o discurso negacionista e a polarização política, comprometendo a capacidade de desenvolvimento e implementação de políticas públicas voltadas para o combate às mudanças climáticas (HOFFARTH & HODSON, 2016).Ações efetivas de atenuação dos efeitos negativos das mudanças climáticas dependem do comprometimento e da responsabilização de múltiplos agentes sociais, do envolvimento de diferentes níveis governamentais e de um efetivo pacto social que se destine a planejar e propor Capítulo