Por uma historiografia do rádio universitário no Brasil

Abstract

O presente artigo sistematiza resultados de levantamento exploratório que faz parte de um esforço para estabelecer uma historiografia do campo do rádio universitário no Brasil. No percurso, discute-se a dificuldade de delimitação deste campo, visto que as emissoras ligadas a instituições de ensino superior não constituem uma categoria reconhecida pela legislação, sendo tratadas ora como vinculadas ao campo da comunicação pública e/ou educativa, ora ligada à radiodifusão comunitária, livre e alternativa, ou mesmo à radiodifusão de caráter comercial e/ou confessional. O estudo incluiu revisão bibliográfica e hemerográfica abrangendo pesquisas disponíveis no Banco de Teses e Dissertações e no Portal de Periódicos da Capes e nos anais dos congressos nacionais da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) e dos Encontros Nacionais de História da Mídia da Rede Alfredo de Carvalho (Alcar), bem como consultas aos sites de uma centena de emissoras.

Sonoridades midiáticas: rádio, música e cinema

“…Marlene Blois (2003) já havia realizado outra importante análise e proposta de periodização, porém a partir do recorte da radiodifusão educativa, evidenciando igualmente a relevância das emissoras universitárias neste contexto. Já Marcelo Kischinhevsky et al (2019aKischinhevsky et al ( , 2019bKischinhevsky et al ( , 2018aKischinhevsky et al ( , 2018b, ao trabalharem com o conceito de rádio universitária, incluem no escopo de investigação tanto as hertzianas quanto as emissoras web, o que particularmente interessa aos objetivos deste texto.…”

Autopercepção dos efeitos de um treinamento de comunicação oral em situações de fala em público

“…O conhecimento sobre o funcionamento dessas rádios ainda é nebuloso pela escassez de literatura cientifica. Todavia, este cenário mudou após a constituição da Associação das Rádios Universitárias (ARU) na Espanha, que objetivou sistematizar as ações dessas rádios, e, consequentemente, houve aumento das publicações cientificas 2,3 . No Brasil, há poucas publicações sobre as rádios universitários e estas publicações são breves relatos de casos e de experiências das últimas duas décadas que se restringem às rádios da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) sendo transmitidas em webrádios ou nos formatos de transmissão tradicionais, como AM e FM.…”

“…No Brasil, há poucas publicações sobre as rádios universitários e estas publicações são breves relatos de casos e de experiências das últimas duas décadas que se restringem às rádios da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) sendo transmitidas em webrádios ou nos formatos de transmissão tradicionais, como AM e FM. No entanto, as atividades dessas rádios são restritas ao campus dessas universidades, o que impossibilita o conhecimento sobre as suas condutas 3 .…”

Efeitos perceptivo-auditivos de um treinamento de comunicação oral em locutores de uma rádio universitária

“…A partir de 2011, este cenário mudou após a implantação da Associação das Rádios Universitárias (ARU) na Espanha que teve por objetivo criar uma sinergia institucional e tornar a prática dessas rádios mais homogênea 1,3 ; assim, expandiu-se o número de publicações no território espanhol -algo que não ocorreu no Brasil. Segundo Kischinhevsky, Mustafá, Matos e Hang (2018) 5 há uma grande lacuna no conhecimento científico sobre as rádios universitárias do Brasil e as poucas publicações estão restritas aos estudos de casos e aos relatos de experiência, com destaque para as rádios da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Federal da Paraíba (UFPB) nas últimas duas décadas, consequentemente, dificultando a ampliação do conhecimento. Sabe-se que elas estão distribuídas em emissoras AM, FM e web radios, porém, muitas outras não divulgam oficialmente as suas atividades impossibilitando um mapeamento das suas condutas.…”