2018
DOI: 10.20396/cel.v60i1.8649271
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Predicados estativos e os tipos de deôntico: Ought-to-do e Ought-to-be

Abstract: Neste artigo, investigamos a natureza dos estativos que formam sequência com deônticos. Nosso objetivo foi avaliar o papel que as propriedades desses predicados sob o escopo do modal desempenham na sua interpretação. Apresentamos evidências do português brasileiro e do Paresi (Brandão 2014) para a postulação de estados passíveis de controle. Essa divisão da classe dos estativos, já sinalizada por Parsons (1990) e Basso e Ilari (2004), possibilitou rastrear diferenças entre dois tipos de deônticos: ought-to-do … Show more

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“…A restrição à interpretação deôntica para o modal "ter que" em (16b) é evidenciada na baixa aceitabilidade da sentença ( 17 Embora a estrutura em que figura um item modal teleológico possa ser semelhante à de um deôntico quando nesta última ocorre a realização de uma sentença to-clause, esses itens diferem em relação à restrição que impõem ao participante para o qual são orientados. Como vimos acima, o modal teleológico não requer, necessariamente, um participante agentivo no evento sob o seu escopo; já o deôntico precisa checar o traço agentivo com um participante do evento ao qual o modal é relativizado (RECH; VARASCHIN, 2017;2018). As sentenças dos exemplos a seguir ilustram outra importante diferença entre a modalidade teleológica e a deôntica ought-to-do, ambas correspondentes a modais de raiz: Em (18a), a interpretação teleológica é disponibilizada ao auxiliar modal "ter que", uma vez que este figura em uma estrutura correspondente à construção anankastic conditional, com a realização de um auxiliar modal "dever" ou "ter que", de um evento correspondente ao meio (a validação do diploma de medicina no Brasil) e de uma meta (trabalhar em determinado hospital).…”
Section: Sobre a Orientação Modalunclassified
“…A restrição à interpretação deôntica para o modal "ter que" em (16b) é evidenciada na baixa aceitabilidade da sentença ( 17 Embora a estrutura em que figura um item modal teleológico possa ser semelhante à de um deôntico quando nesta última ocorre a realização de uma sentença to-clause, esses itens diferem em relação à restrição que impõem ao participante para o qual são orientados. Como vimos acima, o modal teleológico não requer, necessariamente, um participante agentivo no evento sob o seu escopo; já o deôntico precisa checar o traço agentivo com um participante do evento ao qual o modal é relativizado (RECH; VARASCHIN, 2017;2018). As sentenças dos exemplos a seguir ilustram outra importante diferença entre a modalidade teleológica e a deôntica ought-to-do, ambas correspondentes a modais de raiz: Em (18a), a interpretação teleológica é disponibilizada ao auxiliar modal "ter que", uma vez que este figura em uma estrutura correspondente à construção anankastic conditional, com a realização de um auxiliar modal "dever" ou "ter que", de um evento correspondente ao meio (a validação do diploma de medicina no Brasil) e de uma meta (trabalhar em determinado hospital).…”
Section: Sobre a Orientação Modalunclassified
“…De acordo com nossa proposta, inspirada no trabalho de Rothstein (2004), isso ocorre porque estes últimos descrevem uma eventualidade que pode assumir uma forma enriquecida, denotando uma sequência incremental de eventos na qual atua um participante agentivo; dessa forma, o deôntico pode checar o traço [+Ag] no evento descrito pelo VP. O comportamento diferenciado dentre os inacusativos em relação ao deôntico do tipo ought-to-do sugere que essas eventualidades se repartem entre aquelas que podem ser controladas por um participante correferencial ao seu argumento, mediante o controle de suas fases preparatórias (x chegar), e as que não podem (x crescer), à semelhança do que se verifica nos predicados estativos: x ser prudente vs x ser alto (RECH; VARASCHIN, 2017).…”
Section: Predicados Inacusativos E a Modalidade Deônticaunclassified
“…Com base em estudos precedentes, pode-se assumir que o deôntico ought-to-bede acordo não apenas com Castañeda (1970) e Feldman (1986), mas também com Hacquard (2006) -corresponde a um modal em uma posição alta na estrutura sintática (HACQUARD, 2006(HACQUARD, , 2010TSAI, 2015;VARASCHIN, 2018aVARASCHIN, , 2018bSOARES;GUESSER, 2019). A diferença entre esses conceitos é baseada na orientação desse modal, que pode ser empregado em contextos com um addressee genérico ou sem nenhum addressee, como em (1a), ou em contextos com um addressee específico, como em (1b).…”
unclassified
“…O deôntico ought-to-be: addressee genérico ou inexistente vs. addressee específico De acordo com a literatura (BRENNAN, 1993;HACQUARD, 2006HACQUARD, , 2010TSAI, 2015;VARASCHIN, 2018aVARASCHIN, , 2018bSOARES;GUESSER, 2019), o deôntico ought-to-be é interpretado em uma posição alta, enquanto o deôntico ought-to-do é interpretado em uma posição baixa. As principais razões para essa distinção são as diferenças na orientação modal -se a obrigação é colocada no participante do evento descrito pelo vP, preferivelmente o sujeito (ought-to-do), ou se recai sobre um participante saliente no evento de fala (ought-to-be) -e no modo como esses dois tipos de deônticos se relacionam com as categorias de tempo e aspecto.…”
unclassified