Este artigo está licenciado sob forma de uma licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional, que permite uso irrestrito, distribuição e reprodução em qualquer meio, desde que a publicação original seja corretamente citada. http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/deed.pt_BR http://dx.doi. org/10.15448/1984-7726.2016.3.25455 Flavors of obligation: the syntax/semantics of deontic deve in Brazilian Portuguese 1 Abstract: In this paper we propose a theoretical description of the results of an experiment of interpretation. The experiment shows that the participants attribute different deontic interpretations -"ought to be" and "ought to do" -depending on the argument structure projected by the verb. This result adds another contrast between epistemic and deontic modals. Theoretically, although we assume Hacquard's (2006Hacquard's ( , 2010 proposal, we show that it cannot account for the "ought to be" interpretation. We argue that the deontic reading is possible when a modal is relative to an event with an agentive participant provided by the ordering source. This activates in ModP an accessory projection for checking the +Ag feature. Hence the deontic is always interpreted as "ought to be" with unaccusatives, and with unergatives and transitives the deontic can be interpreted also as "ought to do" when their external argument is agentive, because it can check the +Ag feature.Keywords: Syntax/Semantics interface; Deontics; Experiment; Modality; Brazilian PortugueseResumo: Neste artigo, propomos uma descrição teórica dos resultados de um experimento de interpretação. Este mostra que os participantes atribuem diferentes interpretações deônticas -"ought to be" e "ought to do" -dependendo da estrutura argumental projetada pelo verbo. Os resultados do experimento apontam mais um contraste entre epistêmicos e deônticos. Teoricamente, assumimos a proposta da Hacquard (2006Hacquard ( , 2010, mas mostramos que ela não dá conta da interpretação "ought to be". Argumentamos que a interpretação deôntica é possível quando um modal é relativo a um evento com um participante agentivo, fornecido pela fonte de ordenação. Então, será ativada em ModP uma projeção acessória para checar o traço +Ag. Por essa razão, o deôntico é sempre interpretado como "ought to be" com inacusativos; já com inergativos e transitivos, o deôntico pode ser interpretado também como "ought to do" quando o argumento externo for um agente, porque ele poderá checar o traço +Ag.
Neste artigo, investigamos a natureza dos estativos que formam sequência com deônticos. Nosso objetivo foi avaliar o papel que as propriedades desses predicados sob o escopo do modal desempenham na sua interpretação. Apresentamos evidências do português brasileiro e do Paresi (Brandão 2014) para a postulação de estados passíveis de controle. Essa divisão da classe dos estativos, já sinalizada por Parsons (1990) e Basso e Ilari (2004), possibilitou rastrear diferenças entre dois tipos de deônticos: ought-to-do e ought-to-be, separação assumida por Brennan (1993) e Hacquard (2006). Constatamos que os primeiros funcionam apenas com estativos controláveis, enquanto os últimos funcionam com todos os tipos de estativos; manifestam, entretanto, restrição relativa à leitura do DP. Essas evidências fornecem respaldo adicional à hipótese aventada em Rech e Giachin (2014) e Pires de Oliveira e Rech (2016), segundo a qual a definição da modalidade está atrelada às propriedades do predicado sob o escopo do modal.
Esta pesquisa está embasada teoricamente na proposta da Hacquard (2006, 2010), para quem os modais são operadores sobre eventos. Em relação aos deônticos, a autora assume a existência de dois tipos: ought-to-do, que acessam o evento VP; e ought-to-be, que acessam o evento de fala. Deacordo com Pires de Oliveira e Rech (2016), os deônticos – tanto ought-to-do quanto ought-to-be – têm que checar o traço [+Ag] com um dos participantes do evento sobre o qual operam. Se essa hipótese estiver correta, é esperada uma restrição por parte de predicados inacusativos – que não selecionam argumento com propriedades de agente – a deônticos ought-to-do. Constatamos, entretanto, que inacusativos cujo argumento pode atuar nas fases preparatórias da eventualidade descrita no VP disponibilizam essa interpretação ao modal. Neste artigo, desenvolvemos uma proposta, a partir de Rothstein (2004), para explicar como esses inacusativos figuram com deônticos que são interpretados em posição baixa, em que a checagem do traço [+Ag] é feita com um participante do evento VP. A nossa solução foi postular uma estrutura de evento enriquecida para esses inacusativos, que têm em comum constituírem predicados de achievement relacionados a movimento em direção a um lugar físico (chegar, sair, entrar, aparecer, surgir...). Por fim, argumentamos – com base em diferenças relativas a aspecto e à seleção de um argumento que possaatuar nas fases preparatórias do evento – que nem todos os inacusativos apresentam uma estrutura enriquecida que permite sua interação com deônticos ought-to-do.
This paper aims mainly at investigating if there is the formation of resultative constructions with simple adjective in Brazilian Portuguese CARACTERIZAÇÃO DAS CONSTRUÇÕES RESULTATIVAS: ADJETIVAS RESULTATIVAS VS ADJETIVAS NÃO-RESULTATIVASAs construções resultativas são predicados secundários que indicam o resultado da ação descrita pelo predicado primário. Nessas construções, há um objeto direto que recebe a predicação de uma propriedade adquirida por efeito da ação verbal, que constitui o único evento da construção. As construções resultativas ditas verdadeiras, cujo resultado da ação descrita por um verbo atélico é expresso por um AP 1 , são bastante produtivas no inglês. Um exemplo clássico para ilustrar essas construções é dado em (1): 1 A definição de resultativas a que faço referência aqui é baseada em Folli e Ramchand (2001) e em Rothstein (2004) e será retomada na seção 4.
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