RESUMO -Objetivo: Apresentamos os resultados preliminares da estimulação cerebral profunda crônica no núcleo subtalâmico para os sintomas motores da doença de Parkinson. Método: 8 pacientes com doença de Parkinson há mais de 5 anos, apresentando tremor incapacitante, oligocinesia e rigidez acentuada com predomínio unilateral, 3 à direita e um à esquerda, refratários à medicação adequada, foram submetidos ao implante bilateral de eletrodo cerebral profundo permanente subtalâmico, Itrell 2. Estes pacientes foram avaliados segundo as escalas: UPDRS, Schwab e England. Resultados: Os resultados preliminares (6 meses), mostraram melhora significativa dos sinais e sintomas avaliados pelas escalas acima. Não houve complicações com os procedimentos. Conclusão: Os resultados preliminares indicam que a estimulação subtalâmica é uma boa opção terapêutica, estando de acordo com os resultados da literatura. Muitos dos sintomas da doença de Parkinson (DP) parecem ser causados pela redução na ativação do córtex motor primário, córtex pré-motor e área motora suplementar decorrentes da hiperatividade do globo pálido interno (GPI) / sustância negra pars reticulata (SNr), resultado da descarga excitatória excessiva do núcleo subtalâmico (NST). Baseados neste modelo fisiopatológico recente, muitos estudos têm demonstrado que lesão ou bloqueio da atividade do GPI ou do NST podem reverter estas anormalidades funcionais [1][2][3][4] . A estimulação cerebral profunda crônica (ECPC) se vale da possibilidade de obter os mesmos efeitos funcionais das ablações reduzindo as complicações permanentes, principalmente quando forem bilaterais [5][6][7][8][9][10][11] . A história da neurocirurgia funcional para os sintomas motores da DP se confunde com a própria história de neurocirurgia. As abordagens iniciais eram feitas na área motora primária, tentando abolir principalmente o tremor e um pouco a rigidez. Passouse, a seguir, para o núcleos basais, com cirurgias abertas, na década de trinta. Com o advento da estereotaxia no meio do século passado, os alvos que nós conhecemos hoje, já eram propostos por Talairach, Guiot, Riechert e Mundinger, Leksell e tantos outros. Assim, a talamotomia ganhou forte impulso predominando sobre os demais alvos (globo pálido e subtálamo ou melhor campo de Forel ou zona incerta) e perdurou até o advento da L-Dopa. O tratamento cirúrgico a partir daí ficou restrito aos casos selecionados e a talamotomia continuou sendo o principal procedimento cirúrgico. No final da década de 80, baseado em um novo modelo fisiopatalógico MPTP (1-metil-4-fenil-1,2,3,6-tetrahidropiridina) para a DP,
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