Prematuridade no Brasil entre 2012 e 2019: dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos

Abstract

O objetivo deste estudo é analisar a tendência de prematuridade no Brasil, entre 2012 e 2019, segundo características sociodemográficas, do pré-natal e parto. Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, em que foram calculadas as proporções de prematuridade segundo as regiões do Brasil, idade materna, escolaridade materna, raça/cor, número de consultas pré-natal e tipo de parto, a partir dos dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc). Sequencialmente, foram aplicados modelos de regressão polinomial para análise de tendência temporal. De 2012 a 2019, a proporção de prematuridade no Brasil apresentou tendência decrescente, variando de 10,87% a 9,95%, com a menor proporção em 2015, que foi de 9,77%. As mulheres na faixa etária de 45 anos ou mais e com 4 a 6 consultas de pré-natal apresentaram as maiores proporções de prematuridade para o período (14,88% a 17,92%) e com tendência crescente. Já as mulheres analfabetas e indígenas mostraram tendência decrescente para o período, apesar de terem as maiores proporções de prematuridade (15,75% a 11,74%). Há uma tendência decrescente de prematuridade no Brasil, especialmente em mulheres mais vulneráveis, entretanto, os serviços de saúde precisam melhorar o atendimento das mulheres com idade materna avançada e atrair aquelas com poucas consultas de pré-natal.

Prevalence and temporal trend of prematurity in Brazil before and during the COVID-19 pandemic: a historical time series analysis, 2011-2021

“…Taking into consideration the impact of prematurity on newborn morbidity and mortality, with possible permanent sequelae, and the high costs to the health system, information on its occurrence is essential for organizing health care, especially for the most vulnerable groups. In the study by Martinelli et al, 5 the proportion of prematurity in Brazil showed a decreasing trend from 2012 to 2019, with variations according to maternal characteristics. In view of the emergence of the COVID-19 pandemic as of 2020, the inadequate control policy and possible influence of the virus on the number of premature births, this study aimed to measure the prevalence of prematurity in Brazil, according to macro-region and maternal characteristics, over the past 11 years, and compare the proportions during the SARS-CoV-2 pandemic, 2020 and 2021, with those of the historical series from 2011 to 2019, pre-pandemic period.…”

“…4 The analysis of the maternal characteristics of these records revealed a higher frequency in pregnant women at extremes of age (≥ 40 years; < 15 years), with fewer than seven prenatal care visits and less than eight years of schooling. 5 …”

Profile of children assisted in a teaching outpatient clinic of developmental disabilities in São Paulo, Brazil

“…Still, our data shows a prematurity rate of 17.6%, higher than that of Brazilian population, assessed through the Information System on Live Births (Sinasc) between 2012 (10.87%) and 2019 (9.95%), which points out the importance of the developmental surveillance of these children. 20 …”

Prematuridade: o acolhimento profissional em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal

“…Estudo que avalio a taxa de prematuridade no Brasil no período de 2012 a 2019, indicou tendência decrescente, especialmente no ano de 2015, cuja foi de 9,77%. A idade materna igual ou superior a 45 anos caracterizou-se como fator contrário a essa tendência, bem como a condição da mulher de ser indígena ou analfabeta (Martinelli, Dias, Leal, Belotti, Garcia & Santos Neto, 2021). Posteriormente a este período, a situação pandêmica decorrente da circulação do vírus SARS-CoV-2, indicou aumento dos casos de prematuridade em gestantes (Bhering, 2021).…”