Preparando a primavera: Contribuições preliminares para uma crítica superadora à pedagogia da inclusão

Abstract

Este texto tem caráter ensaístico. Visa-se apresentar reflexões e proposições, pautadas no materialismo histórico-dialético, sobre o movimento de inclusão escolar de alunos com deficiência e outras necessidades educacionais especiais na escola comum, tal como este vem se configurando, sobretudo, desde os anos de 1990, no bojo das demandas apresentadas pela própria sociedade do capital, ontologicamente excludente e segregadora. Propõe-se que a chamada Pedagogia da Inclusão seja analisada sem perder de vista os pressupostos da totalidade, historicidade e contradição, com vistas à sua crítica superadora.

Concepções docentes sobre práticas pedagógicas inclusivas na educação infantil

“…Nesse cenário, faz-se necessário também propor formação inicial para o professor inclusivo com disciplinas e estágio, colocando-o em situações de sala de aula, e é importante disseminar esta temática para que seja discutida no meio acadêmico. Além da necessidade de investimentos na formação continuada dos professores da sala regular na área da educação especial/inclusiva (ABDALLA, 2016;BEZERRA, 2016).…”

Questões Educacionais: Uma Realidade Em Angola E No Brasil

“…É a escola descrita por Mantoan (2015) que compreende a realidade brasileira, onde se inserem alunos com e sem deficiência e urge por revolução em suas práticas marcadas por contradições. Para Bezerra (2016), nesse horizonte se pode vislumbrar o "fetiche da diversidade", que dificulta a racionalidade, ao sustentar que a complexidade do trabalho com os alunos com deficiência, a diversidade fica escamoteada pelo fetiche, pela retórica que celebra e fetichiza a diversidade, além de depositar no "entrosamento" da equipe escolar a solução pragmática para as dificuldades docentes. (BEZERRA, 2016, p. 275) Nessa conjuntura, ainda prevalecem outras questões como a da não consideração do conhecimento ontogenético das deficiências, suas implicações no aprendizado e desenvolvimento, em função da pedagogia do aprender a aprender, no qual se camuflam ideais de que para aprender basta colocar todos juntos no mesmo espaço.…”

“…(BEZERRA, 2016, p. 275) Nessa conjuntura, ainda prevalecem outras questões como a da não consideração do conhecimento ontogenético das deficiências, suas implicações no aprendizado e desenvolvimento, em função da pedagogia do aprender a aprender, no qual se camuflam ideais de que para aprender basta colocar todos juntos no mesmo espaço. (BEZERRA, 2016) Ao buscar a compreensão da realidade da inclusão, da diversidade e seus atenuantes na inclusão educacional a partir das representações sociais de docentes, Abdalla (2016, p. 95) concluiu que "sentimentos positivos e o desvelo (carinho, paciência, atenção, paixão)" funcionam como elementos compensadores frente às dificuldades que enfrentam no processo de inclusão educacional para compensar fatores que estão além da função docente, corroborando com Bezerra (2016) quando critica a questão do "entrosamento" da equipe escolar como a solução para as dificuldades docentes. Tais fatores remontam às políticas inclusivistas, funcionamento e composição das suas estruturas.…”

“…Assim, atuar na construção da escola inclusiva, não se trata do estabelecimento de atitudes simples ou de soluções imediatistas, mas de ações que devem ser intensificadas na sociedade e na escola, cobrada sob a materialização de políticas públicas (BEZERRA, 2016), num espaço onde as trajetórias individuais são marcadas pelas venturas e desventuras dos cenários históricos sociais.…”

Afluentes que irrigam os territórios dos discursos docentes sobre a inclusão de pessoas com deficiência nas salas de ensino regular

“…Assim, são apresentados como aliados do processo de reflexão alguns aspectos legais inscritos no campo da inclusão de pessoas com deficiência nas salas de ensino regular no Brasil, além de referências como Abdalla (2016), Bezerra (2016), Garcia (2004Garcia ( , 2017, Baptista (2013) entre outros/as. Ancorados na abordagem crítico-dialética, como lente orientadora de todo processo de investigação e análises realizadas, uma vez que se revela a exigência de um olhar voltado à educação como prática social e política inserida em uma dinâmica histórica e dialética.…”