RESUMOObjetivo: Conhecer o perfil da saúde sexual, reprodutiva e aspectos socioculturais de mulheres indígenas. Métodos: Estudo observacional, transversal e descritivo, realizado em ambulatório de referência em saúde indígena, durante o período de 2010 a 2013. Aplicouse um formulário semiestruturado contendo dados socioculturais, histórico de vida sexual e reprodutiva. Coletou-se o esfregaço cervicovaginal. Utilizou-se a análise descritiva, com apresentação de média e desvio padrão (DP) para variáveis quantitativas, e números absolutos e relativos para variáveis qualitativas. Resultados: A amostra constituiu-se de 90 indígenas, com idade média de 36 anos (± DP 13,41), pertencentes a 35 etnias. Para 75 mulheres (83,4%), a coitarca ocorreu na faixa etária de 12 a 19 anos, 74 (82,2 %) estavam em período reprodutivo e 36 (48,6%) usavam método contraceptivo, como o anticoncepcional hormonal e a laqueadura tubária. A média de partos foi de 4,6 por mulher; a idade média no primeiro parto foi de 17,3 anos (± DP 3,23); 23 delas (26,8%) tiveram de 1 a 3 abortamentos e 26 (31,2%) tiveram um ou mais partos cesáreas. Em oito mulheres (8,9%), identificaramse alterações para atipias citológicas e doenças sexualmente transmissíveis (Trichomonas vaginalis e Papilomavírus humano) no exame colpocitológico. Conclusão: Foram observadas condições de vulnerabilidade das mulheres indígenas a partir do seu perfil sexual e reprodutivo, com exposição às doenças sexualmente transmissíveis, câncer do colo do útero, início precoce da vida sexual e pouco acesso à informação e prevenção.
Descritores