Introdução: O Brasil inscreveu prepronderante redução da taxa de mortalidade neonatal entre os períodos de 1990 e 2019. Contudo, ainda permanece com valores três vezes maiores que países como Canadá e Estados Unidos. Neste sentido, a terapia intensiva age como principal ferramenta de suporte para estes pacientes que viriam a óbito, tornando-se importante o conhecimento sobre quais motivos levam o recém-nascido a ser admitido em terapia intensiva, para que seja possível traçar metas que reduzam a elevada mortalidade neonatal ainda persistente no país. Objetivo: Analisar fatores preditores de mortalidade e admissão de recém-nascidos em uma unidade de terapia intensiva neonatal. Métodos: Estudo observacional do tipo coorte retrospectiva desenvolvido através da análise de prontuários de neonatos internados em terapia intensiva em um hospital no Sul do Brasil, e suas respectivas progenitoras, no período de 01 de janeiro de 2020 a 31 de junho de 2022. Resultados: Foram avaliados dados de 259 neonatos e suas progenitoras. Desconforto respiratório esteve presente em 79,2% dos neonatos, prematuridade em 69,9% e baixo peso em 57,5%. Usuários de ventilação positiva tiveram 80,4% menos risco de morte. O óbito foi encontrado em 6,9%. Conclusão: Desconforto respiratório, prematuridade e baixo peso foram os principais diagnósticos preditores de admissão. Prematuros extremos, baixo peso, doenças congênitas, submetidos à intubação orotraqueal, cirurgia, manobras de reanimação e uso de fármacos vasoativos foram associadas ao óbito. Questiona-se uma possível associação entre elevados valores de prematuridade e o intervalo de análise dos pacientes, realizado durante a pandemia de COVID-19.