Processos interativos de bebês em creche

Abstract

Resumo O artigo trata de estudo sobre interações de bebês com pares, que buscou apreender aspectos qualitativos desses processos relacionais, considerando particularidades dos bebês. No estudo, utilizaram-se videogravações e entrevistas, do projeto "Processos de Adaptação de Bebês a Creche", que acompanhou 21 bebês (4-13 meses) em creche. Os dados foram coletados e analisados pela perspectiva da Rede de Significações. Selecionaram-se, então, cinco episódios, a partir de três sujeitos-focais e seus pares. Análise indica ocorrência de interação, em que se destacam o papel do olhar, relações triádicas (mesmo em bebês menores de nove meses), a abreviação de recursos comunicativos e a empatia. Ainda, apesar da ausência de linguagem verbal, verificou-se ocorrência de significação. Algumas implicações teórico-práticas são apontadas.

Cuidando ou tomando cuidado? agressividade, mediação e constituição do sujeito - um estudo de caso sobre um bebê mordedor em creche

“…De acordo com esses autores, há a vivência de separações -diárias e temporárias -da criança de seus familiares, reorganizando suas relações (Salgado, 1999), estabelecendo relações entre educadora e familiares, algumas vezes, conflituosas (Amorim, 2002). O bebê passa a participar do ambiente com novas pessoas, com quem constrói novas relações (Eltink, 1999); e o parceiro mais frequente passa a ser o de sua idade, com quem interage Anjos;Rossetti-Ferreira, 2012;Costa, 2012). Gradualmente, ocorre a integração de um modo participativo da criança e de sua família ao grupo .…”

“…Na convivência com os múltiplos outros, as atitudes do bebê são (re)significadas, conforme preceitos daquele grupo/instituição e dos familiares. São, então, atribuí-dos aos bebês certos papéis, que podem ser aceitos, recusados e/ou negociados, apesar de ele não possuir ainda linguagem verbal Anjos;Rossetti-Ferreira, 2012;Anjos et al, 2004).…”

Crianças com déficit intelectual e processos interacionais com pares na pré-escola: reflexões sobre desenvolvimento

“…Smolka (1995) Estudos no campo da Psicologia do Desenvolvimento com enfoque em crianças pequenas (Reddy & Trevarthen, 2004;Amorim, 2012;Amorim, Anjos & Rossetti-Ferreira, 2012;Amorim, Costa, Rodrigues, Moura & Ferreira, 2012;Rossetti-Ferreira & Amorim, 2008;Trevarthen & Malloch, 2002), desenvolvem as possibilidades de ampliação desse conceito, traçando caminhos mais pertinentes para a discussão proposta nesse trabalho. Segundo Reddy (2010), a maioria dos trabalhos em Psicologia do Desenvolvimento são cépticos em relação a possibilidade de uma genuína comunicação quando o outro não tem ainda o aparato linguístico para expressar suas ideias.…”

“…Entretanto, as experiências e observações provenientes de contextos educacionais, no diálogo com relatos de pesquisas realizadas sobre a capacidade de crianças pequenas se regularem a partir do outro (Corsaro & Molinari, 1990;Verba, 1994;Schilling & Clifton, 1998;Império-Hamburger, Carvalho & Pedrosa, 1998;Carvalho, Branco, Pedrosa & Gil, 2002;Guralnick, 2002;Pedrosa & Carvalho, 2009;Costa, 2012;Rodrigues, 2011; 2012; Costa & Amorim, 2015), além de trabalhos voltados a compreender os processos interacionais de crianças em contextos institucionais (Souza & Batista, 2008;Rutanen, 2009;Colaço, Pereira, Neto, Chaves & Santiago de Sá, 2007;Moura, 2012;Roriz, 2005;Amorim, Anjos & Rossetti-Ferreira, 2012;Moura & Amorim, 2013) habilidades sociais e para a construção de elementos significantes da cultura. Os autores afirmam que, em decorrência da proximidade de idade, alguns elementos são compartilhados entre as crianças e isso possibilita um processo de aprendizagem mais efetivo.…”

Expressões emocionais de sorriso e choro na relação do bebê com seus pares, na creche

“…A saída da mulher/mãe para trabalhar fora de casa, associada à menor rede de apoio, tem impelido as famílias a procurarem soluções alternativas e complementares ao cuidado e à educação dos filhos, tanto no ambiente doméstico (avós, vizinhas, empregadas, babás), como em instituições -escolinhas, berçários e creches (Amorim & Rossetti-Ferreira, 1999;Amorim, Anjos & Rossetti-Ferreira, 2012). Isso tem levado a uma nova organização social, em que a mãe deixa a criança (mesmo a bem pequena) em ambientes de educação coletiva, representando nova configuração dentro das famílias e de suas relações (Amorim & Anjos et al, 2012).…”