Ao ingressar na Faculdade de Ciências e Letras da UNESP/Assis, universidade onde me graduei em Psicologia, almejei tomar o trabalho rural canavieiro como universo de pesquisa e questionamento. Pelas mãos da Profa. Dra. Maria Luiza Gava Schmidt passei a trilhar esse caminho.Na Faculdade de Ciências Farmacêuticas da UNESP/Araraquara, pode ampliar meus conhecimentos em saúde do trabalhador e conhecer, por sugestão da Profa. Dra. Maria Jacira Silva Simões, o Programa de Pós-Graduação stricto sensu em Ciências Médicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto. Seguindo sua sugestão, alcancei o título de Mestre em Ciências Médicas, sob orientação da Profa. Dra. Vera Lucia Navarro.De lá pra cá, compartilhamos muitos debates, congressos, exposições fotográficas e aprofundamos os saberes sobre a técnica de entrevista do "can opener". Quando foi possível prosseguir em minha formação contei novamente com a orientação da Profa. Dra. Vera Lucia Navarro. Prontamente me iluminou com a ideia de seguir discutindo o trabalho rural na canavicultura, com a perspectiva de ouvir as experiências dos aposentados rurais. Daí vem o título dessa tese: "Quando o trabalho se finda? Condições de vida e saúde de trabalhadores canavieiros aposentados". No começo achei estranho, mas vendo o resultado final da pesquisa fica claro o tino de minha orientadora para perceber quais histórias devem ser contados e a relevância dos momentos políticos de lhes dar visibilidade. É o savoir faire de grande pesquisadora que pude compartilhar ao longo desses anos.Tal encontro foi possibilitado pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto (FFCLRP). Por isso dedico especial agradecimento, ressaltando a distinção dos conhecimentos recebidos no contato com os docentes do Programa de Pós-Graduação em Psicologia, eventos científicos e colegas discentes da comunidade acadêmica.Agradeço à Banca de Qualificação, Prof. Dr. Antonio Thomaz Júnior e Prof. Dr. Marcos Acácio Neli, pela disponibilidade de contribuir com a construção dos argumentos que fundamentam esse estudo e possibilitaram o aprofundamento da compreensão dos elementos estudados.Aos meus alunos e amigos também ressalto minha gratidão. Entenderam meu cansaço e minhas ausências. E uns ainda me auxiliaram imensamente ao ajudar a localizar as moradias dos trabalhadores rurais canavieiros aposentados e mediar a realização das entrevistas, ao emprestar sua credibilidade para afiançar a seriedade de meu trabalho como pesquisador. Foi fundamental o apoio da Cláudia, da Kelly e do Dinho para superar o temor dos entrevistados. Muito obrigado meus amigos! Nas sociedades pobres, e em nossa sociedade brasileira em particular, os pobres do campo e da cidade não só não tinham privilégios a defender como não tiveram aliados, em suas lutas, para impor condições ao desenvolvimento econômico que a este obrigassem a algum compromisso com os direitos sociais e com a dignidade humana. De modo que, mais do que vistos e tratados como seres de trabalho e fontes de lucro, fossem reconhecidos como seres de direito...