Professores e Alunos: o engendramento da violência da escola

Abstract

Teachers and Students: the enge ndering of school violence. The school violence engendering is partially analyzed, considering the violence production in the school environment. This is a bibliographic research with quantitative and qualitative approach. Sources: 77 theses and 15 dissertations carried out in Brazil (2007Brazil ( to 2012. Data collection and organization: Content Analysis. Main reference: Bernard Charlot and Pierre Bourdieu. Results: the sources showed that Brazilian teachers participate effectively in the school violence engendering, contributing to violence production in the school environment. The students are the main victims. The teacher is less affected by physical and verbal violence. The symbolic power is the most perpetrated by the teacher against the student. The school also plays a major role in it. Keywords: Violence. School Violence. School Environment Violence. Teacher. Student. RESUMO-Professores e Alunos: o engendramento da violência da escola. Analisa-se o engendramento de uma face da violência da escola, tendo em vista a produção da violência em espaço escolar. Pesquisa bibliográfica quanti-qualitativa. Fontes: 77 dissertações e 15 teses produzidas no Brasil (2007 a 2012). Coleta e organização dos dados: Análise de Conteúdo. Fundamentação base: Bernard Charlot e Pierre Bourdieu. Resultados: as fontes apontaram que professores brasileiros são protagonistas na constituição da violência da escola, contribuindo para a produção da violência em espaço escolar. Os alunos são as principais vítimas dessa violência. O professor sofre menos violência física e verbal do que o aluno. A violência simbólica é a mais usada pelo professor contra o aluno. A escola também usa desse expediente. Palavras-chave: Violência. Violência da Escola. Violência em Espaço Escolar. Professor. Aluno.

A negligência contra crianças na perspectiva de professores da Educação Infantil pública e privada

“…De acordo com Franzin et al (2014), os motivos incluem menor intervenção social em situações de negligência, caracterizada como uma atitude de omissão no cuidado, considerada menos grave quando comparada às ações diretas contra a criança (como no caso de violência física ou sexual). Outro fator a ser considerado é o fato de que a negligência é um tipo de violência na qual o agressor pode camuflá-la de diversas formas, confundindo a vítima, o que podeem alguns contextoslevar à sua naturalização (Silva & Silva, 2018).…”

“…Essa complexidade também se forma nos diferentes conceitos que os participantes do estudo apresentam de negligência contra crianças, refletindo a natureza multifacetada da negligência (Brasil, 2010;Krug et al, 2002;Hornor, 2014;Souza et al, 2014). Ao se analisar os conceitos consensuais entre educadores de escolas públicas e privadas, observa-se que, em seus discursos, os participantes valorizaram a compreensão da negligência semelhante à proposta de Franzin et al (2014), que identifica situações de abandono e exposição a perigos.…”

“…Especificamente na relação estabelecida entre pobreza e negligência, mencionada com frequência pelos entrevistados, é importante enfatizar que a negligência ocorre quando existe uma situação de privação, embora os cuidadores responsáveis pela criança tenham meios de prover as situações negadas e devem, portanto, não se confunda com situações de falta econômica (Brasil, 2010;Krug et al, 2002;Souza et al, 2014).…”

“…Os autores apontam que crianças negligenciadas podem apresentar hospitalizações recorrentes, lesões repetitivas, desenvolvimento insuficiente e inadequação do nível escolar ou absentismo escolar e falta de atenção (Brasil, 2010;Egry et al, 2015;Wark, Kruczek, & Boley, 2003). Ser vítima desse tipo de violência na infância está associada a doenças isquêmicas, asma, câncer de pulmão e comportamento sexual de risco na vida adulta (Souza et al, 2014). Vítimas de negligência também podem apresentar sinais de transtorno de estresse pós-traumático (Milot, St-Laurent, Éthier, & Provost, 2015).…”

“…Nesse sentido, um dos aspectos centrais desta discussão refere-se às famílias em situação de pobreza e exclusão social, que são, portanto, incapazes de oferecer condições mínimas de cuidado aos filhos (Franzin et al, 2014;Souza, Costa, Assis, Musse, Sobrinho, & Amaral, 2014). A família, sendo a principal fonte de cuidado, compartilha a responsabilidade por esse descaso com o Estado e precisa de apoio das políticas sociais para superar essas situações (Egry, Apostólico, Albuquerque, Gessner & Fonseca, 2015).…”