A dissertação denomina-se O movimento a didática em questão: alguns de seus embaraços (Silva, 1994) . Dela derivou o livroControvérsias em didática (Silva, 1995). A tese, As experiências vividas na formação e a constituição do habitus professoral: implicações para o estudo da didática (Silva, 1999), foi publicada com o título Como se ensina e como se aprende a ser professor: a evidência do habitus professoral e da natureza prática da didática (Silva, 2003).O habitus professoral Revista Brasileira de Educação 153to de habitus na acepção de Bourdieu e da categoria experiência em Thompson, no esforço de formular uma idéia sobre o ensino na sala de aula. A fertilidade dessa autorização reside, principalmente, no fato de que, ao se apresentar um lugar específico para aprender a teoria e a prática (nesse caso, para a formação de profissionais que atuam na sala de aula), abre-se uma vinculação com o modus operandi da noção de habitus e da categoria "experiência". Esse vínculo, como o leitor poderá observar, possibilita a síntese: o objeto de estudo das investigações sobre o ensino na sala de aula é o habitus professoral. Também não podemos deixar de dizer a virtuosa contribuição advinda dos estudos sobre professores iniciantes. Essas pesquisas contribuíram para fortalecer a base empírica sobre o lugar do aprendizado da teoria e da prática na formação de professores, que estabelece relação direta com a constituição do objeto de estudo em questão. Ademais, a idéia que será exposta sobre a estruturação do objeto dos estudos sobre o ensino na sala de aula vai ao encontro da resposta à pergunta que Gauthier et al. (1998, p. 87) apresentam quando se referem aos problemas com os quais se deparam quando procuram uma definição sobre a estrutura da prá-tica docente nos estudos que a ela se referem. A pergunta é sobre a natureza dessa prática, tendo em vista uma sistematização que dê conta de mostrar se ela é constituída por uma estrutura estável ou se consiste em um acontecimento singular. Estrutura estável se for uma atividade exercida por meio de uma única estruturação; acontecimento singular se for uma atividade que tem uma estrutura para cada momento de efetivação. Afirmamos: a natureza do ensino na sala de aula é constituída por uma estrutura estável, porém estruturante, isto é, uma estrutura estável mas não estática, que denominamos habitus professoral.O leitor também verificará facilmente que seria impossível apresentar essa pesquisa sem obedecer à lógica histórico-conceitual de sua produção. Por isso, explicitamos detalhadamente a trajetória dessa formulação. Esse procedimento foi necessário porque não se trata apenas de uma pesquisa, mas de um longo processo de investigação que culminou nesta síntese. Deve-se essa inspiração a Pierre Bourdieu (1989, p. 59) quando observa o entendimento que tem do "partido da ciência":Diferente da teoria teórica -discurso profético ou programático que tem em si mesmo o seu próprio fim e que nasce e vive da defrontação com outras teorias -, a teoria científica apresenta-se como um progr...
Como o professor uni versitário aprende a ensinar? Um estudo na perspectiva da socialização profi ssional
RESUMO: A proposição é a seguinte: há que se ter dois espaços distintos de formação docente, um é a sala de aula da universidade e o outro, a sala de aula da escola para a qual o formando está se preparando. Trata-se de mostrar por que os saberes, teoria e prática, pertencentes a essas duas instâncias de formação são inexoravelmente distintos e, por essa razão, exigem lugares e formas diferentes para serem ensinados e aprendidos. Contudo, a natureza diferente de um e de outro não interfere na genética indissociável de ambos. Ao se apresentar um lugar específico para se aprender a teoria e outro, para se aprender a prática, mostra-se à constituição do habitus professoral e a do habitus estudantil, que constituem as categorias operacionais da proposição. É exatamente nesse quesito que reside a particularidade deste estudo. A base empírica foi constituída com reflexões realizadas no Brasil, a partir dos anos de 1990, sobre o tema: Como se aprende para ensinar na sala de aula. A fundamentação utilizada nesta formulação são noções extraídas das ideias de Bourdieu (1983a;1983b;1983c;1989;1992;1996). Palavras-chave: Habitus Professoral. Habitus Estudantil. Formação de Professores. TEACHER'S HABITUS AND STUDENT'S HABITUS: A PROPOSITION RELATING TO THE TRAINING OF TEACHERS ABSTRACT:The proposition is as follows: it is necessary to have two distinct spaces for teacher training, one being the university classroom and the other, the school classroom, this being the workplace for which the undergraduate is preparing. The goal is to show why these two bodies of knowledge, one of theory and the other of practice, belong to two separate training fields; these are inexorably distinct; for this reason, they require different places and methods in order to be taught and learned. However, their different natures do not interfere with the unified blueprint ("inseparable genetics") that underpins both. When introducing a specific place for learning the theory and another for learning the practice, it is possible to show the constitution of teacher's habitus and student's habitus, that constitute the operational categories of the proposition. It is exactly in this sense that the particularity of this study resides. The empirical base was constituted with reflections realised in Brazil, starting from 1990, on the theme: How does one learn to teach in the classroom. The theoretical basis chosen for this formulation was based on some notions arising from the ideas of
Teachers and Students: the enge ndering of school violence. The school violence engendering is partially analyzed, considering the violence production in the school environment. This is a bibliographic research with quantitative and qualitative approach. Sources: 77 theses and 15 dissertations carried out in Brazil (2007Brazil ( to 2012. Data collection and organization: Content Analysis. Main reference: Bernard Charlot and Pierre Bourdieu. Results: the sources showed that Brazilian teachers participate effectively in the school violence engendering, contributing to violence production in the school environment. The students are the main victims. The teacher is less affected by physical and verbal violence. The symbolic power is the most perpetrated by the teacher against the student. The school also plays a major role in it. Keywords: Violence. School Violence. School Environment Violence. Teacher. Student. RESUMO-Professores e Alunos: o engendramento da violência da escola. Analisa-se o engendramento de uma face da violência da escola, tendo em vista a produção da violência em espaço escolar. Pesquisa bibliográfica quanti-qualitativa. Fontes: 77 dissertações e 15 teses produzidas no Brasil (2007 a 2012). Coleta e organização dos dados: Análise de Conteúdo. Fundamentação base: Bernard Charlot e Pierre Bourdieu. Resultados: as fontes apontaram que professores brasileiros são protagonistas na constituição da violência da escola, contribuindo para a produção da violência em espaço escolar. Os alunos são as principais vítimas dessa violência. O professor sofre menos violência física e verbal do que o aluno. A violência simbólica é a mais usada pelo professor contra o aluno. A escola também usa desse expediente. Palavras-chave: Violência. Violência da Escola. Violência em Espaço Escolar. Professor. Aluno.
RESUMONeste artigo busca-se mostrar a construção de uma categoria explicativa do trabalho docente denominada "explicação do conteúdo", a partir de representações de alunos da Habilitação Magistério sobre as práticas pedagógicas de seus professores, cuja formulação assumiu a função de "elemento estruturante básico do trabalho docente eficaz". Trata-se de pesquisa de abordagem qualitativa em que os instrumentos utilizados para coleta de dados foram observação em sala de aula e entrevista semi-estruturada. FORMAÇÃO DE PROFESSORES -TRABALHO DOCENTE -ENSINO-APRENDIZAGEM -SALA DE AULA -DIDÁTICA ABSTRACT CONTENT EXPLICATION: THE BASIC STRUCTURING ELEMENT OF EFFECTIVE LEARNING. This article aims to demonstrate the construction of an explanatory category of teaching called "content explication". It is based on Teacher's school students representations about the pedagogical practices of their teachers, whose formulation assumed the function of "basic structuring element for effective teaching work". The approach is qualitative and the procedures are classroom observation and semi-structured interviews.
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