ResumoA atual política de saúde mental infantojuvenil propõe que as ações nesse campo devam se somar a várias outras, para que, num processo de diálogo intersetorial permanente, garanta-se integralidade dos cuidados, como pleiteia o paradigma da atenção psicossocial. Neste trabalho, refletimos sobre o lugar da intersetorialidade nas produções científicas da última década divulgadas em periódicos brasileiros, bem como a concepção de saúde mental que essas revelam. Para tanto, analisamos 14 artigos indexados que tratavam dos Centros de Atenção Psicossocial Infantojuvenil (CAPSi). Observou-se, em grande parte das publicações, a primazia do olhar clínico-individual, sinalizando o entendimento de que a saúde mental é uma categoria ontológica, universal, dependente dos mecanismos intrapsíquicos do sujeito. Alguns estudos referenciam a intersetorialidade, sem, contudo, colocá-la em debate. Concluímos que, se as ações do CAPSi não podem prescindir às outras, tampouco tal discussão pode passar inadvertida e não problematizada nesse meio científico.
Palavras-chave:Criança. Adolescente. Atenção psicossocial. Intersetorialidade. Centro de Atenção Psicossocial Infantojuvenil.Abstract Current children and youth mental health policy proposes that actions assumed in this field should be added to many others, so that, in a process of permanent intersectional dialogue integral care is assured, according to the Psychosocial paradigm. This paper reflects upon the intersectional place in the last decade scientific papers published in Brazilian journals,