Vital Paulino Costa 3Correlação entre o topógrafo de disco óptico (TOPSS) e índices do campo visual Objetivos: Avaliar a correlação entre os parâmetros do Topógrafo de Disco Óptico (TOPSS) e índices da perimetria computadorizada. Métodos: Cento e doze pacientes com glaucoma primário de ângulo aberto e 88 indivíduos normais foram incluídos no estudo. Todos os indivíduos foram submetidos ao exame oftalmológico completo, perimetria computadorizada (Humphrey 24-2, Full Threshold), avaliando-se Mean Deviation (MD) e Correct Pattern Standard Deviation (CPSD) e exame com TOPSS (average disc diameter, total disc area, cup area, cup shape, cup volume, average cup depth, average disc depth, neuroretinal rim (NRR) volume, NRR area, cup/disc area ratio, horizontal cup/disc ratio e vertical cup/disc ratio). A comparação entre os grupos foi realizada utilizando-se o Teste U de Mann-Whitney ou o Teste T de Student Independente. A correlação entre cada parâmetro do TOPSS e os índices do campo visual foi verificada utilizando-se a correlação de Spearman. Resultados: Os parâmetros do TOPSS que apresentaram as correlações mais significativas com os índices de campo visual foram: Cup Area (MD: r = -0,538, p<0,001; CPSD: r =0,512, p<0,001), Vertical C/D Ratio (MD: r = -0,506, p<0,001; CPSD: r = 0,483, p<0,001) e Cup/Disc Area Ratio (MD: r = -0,458, p<0,001; CPSD: r = 0,453, p<0,001). Entretanto, houve importante variabilidade desses parâmetros em diferentes níveis de dano glaucomatoso, representados pelo MD e CPSD. Conclusão: As variáveis do TOPSS apresentam, no geral, correlação satisfatória com os índices do campo visual. Apesar de alguns desses parâmetros apresentarem correlação altamente significativa, existe grande variabilidade dos parâmetros estruturais para um mesmo nível de dano funcional, limitando a utilização isolada de parâmetros estruturais derivados do TOPSS no diagnóstico do glaucoma.
RESUMODescritores: Glaucoma/diagnóstico; Disco óptico/patologia; Perimetria; Técnicas de diagnóstico oftalmológico
INTRODUÇÃONos últimos anos, têm-se verificado um crescente aumento no número de instrumentos de auxílio diagnóstico em oftalmologia. Em se tratando do glaucoma, novas máquinas têm apresentado a possibilidade de possível diagnóstico precoce da doença, antes mesmo da detecção de lesões no campo visual. A iniciativa tem surgido sobretudo pelo fato de que a lesão perimétrica ocorre em fases relativamente tardias do glaucoma, onde um número considerável de células ganglionares retinianas já foram lesadas (de 25-35% (1) a 40%). Decorre também da demonstração de que o dano às estruturas do disco óptico (3)(4) e camada de fibras nervosas da retina (4)(5) podem se antecipar à perda de campo visual.