A proposta bilíngue-bicultural surgiu como uma resposta a todos esses males causados pelo oralismo. Aliada a Antropologia e a Linguística, o bilinguismo iniciou a trajetória da reconstrução educacional dos sujeitos surdos. Nessa perspectiva, a língua materna das pessoas surdas passa a ser considerada como a primeira língua e o português (Brasil), como a segunda.Quanto às identidades dos sujeitos surdos, tema central desse estudo, observou-se que se faz necessário lançar olhares que compreendam todo esse complexo processo, ou seja, se apropriar desses conhecimentos (identidades surdas híbridas, identidade surda de transição, identidade surda incompleta e identidade surda flutuante), objetivando-se uma maior apreensão dos estudos surdos. Somente assim, poderemos travar lutas e retirar da situação de massacre, tal educação.Criar condições dignas para a educação dos surdos exige, acima de tudo, que eles tenham conhecimento da sua história, da sua trajetória e dessa relação de poder, na qual estão envolvidos. A comunidade surda precisa se organizar, para que seus direitos sejam garantidos.Ao tomarem conhecimento de sua história, os sujeitos surdos criam suas identidades e, consequentemente, assumem uma postura de defesa, de luta e de busca. Dessa forma, devemos adotar uma postura de luta, para que eles venham ocupar funções e cargos, em todas as áreas do conhecimento: na política, na educação (escolas e universidades), na economia, na justiça, nas manifestações culturais, ou seja, precisamos do surdo sinalizando, decidindo e buscando melhores condições de vida para sua comunidade.Assim, acreditamos que esses são os anseios daqueles (sujeitos surdos, pais, pesquisadores, parentes e amigos dos surdos) que estão engajados nesse processo de reconstrução da educação dos sujeitos surdos. Portanto, tanto a família quanto a escola, devem conscientizá-los politicamente, para que continuem lutando contra o poder que os subestimam.
REFERÊNCIASDICIONÁRIO universal da língua portuguesa. [2007]. Disponível em:< http:// www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx>. Acesso em 24. out. 2007. ESCOSTEGUY, Ana Carolina. Os estudos culturais. [2001?]. Disponível em: < http:// www.pucrs.br/famecos/pos/cartografias/estudos_culturais_08_06.php>. Acesso em: 04 out. 2007.