Qual o efeito da violência contra a mulher brasileira na autopercepção da saúde?

Abstract

Resumo O artigo analisa o efeito da violência contra a mulher na autopercepção da saúde, a partir de uma população de mulheres brasileiras com idades entre 20 e 49 anos, considerando as informações da Pesquisa Nacional de Saúde de 2013. Os resultados indicam que mais de 80% das mulheres que sofreram violência por indivíduo nos últimos doze meses anteriores a pesquisa, relataram como mais grave a agressão psicológica e/ou física. O pior reporte de saúde foi maior entre mulheres que relataram violência sofrida por pessoa conhecida, em caso de residentes em áreas rurais; já dentre as residentes de localidades urbanas, houve relatos de violência perpetrada por agressor desconhecido. Em função desses resultados, pode-se inferir que as mulheres vítimas de violência possuem pior percepção de saúde vis-à-vis as que não foram vítimas de violência.

Health self-perception of primary care users / Autopercepção de saúde de usuárias da atenção primária

“…8 In another study, it was evidenced that suffering physical violence by an acquaintance reduces the probability of women self-perceiving their health status as good or very good. 23 Among the limitations of the study, the studied population must be considered, first, which was composed only of women assisted in primary care, which can lead to an overestimated result of prevalence of negative health perception, since the participants may be in the service in search of assistance to some health demand and thus perceive their health in a more unsatisfactory way compared to the general population. Another limitation that concerns its transversal character, which limits the results of the associations, due to the temporal relationship between the outcome under study and the analyzed exposures, however, the age and race variables do not fit this limitation, claiming to be important characteristics to be assessed in the perception of health.…”

Associação entre violência doméstica e estado nutricional em idosos: uma revisão sistemática

“…Ficou evidente que os estudos selecionados apresentaram associação da violência apenas com a obesidade, não sendo verificada em nenhum dos estudos a associação com desnutrição e baixo peso. Algumas hipóteses poderiam justificar essas associações como a predominância das mulheres no público-alvo dos estudos, os efeitos da violência na vida da mulher perpassam de sequelas físicas a traumas e demais consequências de ordem psicológicas, o que geralmente resulta em maior ônus para a sociedade como um todo, dado que as mulheres agredidas tendem a sofrer com baixa autoestima, desenvolver a obesidade como forma de esconderijo e proteção contra a violência sexual do parceiro e muitas vezes problemas de saúde, que as impossibilitam total ou parcialmente de desenvolverem atividades laborativas (Cruz & Irffi, 2019). Além disso, todos os estudos desta revisão foram realizados nos Estados Unidos -EUA, país onde é frequente o consumo de alimentos processados e ultraprocessados, geralmente alimentos com alta densidade energética e elevados teores de sódio, açúcares e gorduras (Rodrigues et al, 2016).…”

Qualidade de vida de estudantes de enfermagem vítimas de violência de gênero

“…Estudo nacional com 24.376 mulheres com idade entre 20 e 49 anos, evidenciou que 80% das mulheres que sofreram violência interpessoal nos doze meses anteriores à pesquisa compreenderam como muito graves as agressões psicológicas e/ou físicas, causando, na maioria, uma percepção pior de saúde quando comparadas às mulheres que não foram agredidas. (25) Assim, os impactos na qualidade de vida de mulheres que sofreram violência podem ser maiores do que os identificados por instrumentos de pesquisa. Há a necessidade de aprofundamento no agravo e suas consequências nas múltiplas dimensões da vida feminina.…”