Os sintomas somáticos funcionais se caracterizam como manifestações de natureza principalmente somática e do comportamento da criança, sem causa orgânica aparente. Em um período em que a capacidade de comunicação verbal é, ainda, limitada, a criança utiliza meios de comunicação não-verbal, por meio de seu corpo. O presente estudo tem por objetivo verificar a prevalência de sintomas somáticos funcionais em crianças de 6 a 36 meses em acompanhamento na atenção primária. Trata-se de um estudo observacional, de corte transversal e abordagem quantitativa. Foi composta uma amostra de conveniência com 40 díades mãe-criança, tendo como critérios de inclusão: crianças com idade de 6 a 36 meses de idade, em seguimento pediátrico de rotina na Atenção Primária à Saúde e mães com 18 anos ou mais, que aceitaram participar do estudo, mediante assinatura do TCLE. Para a realização da pesquisa, foram aplicados os instrumentos Questionário Sociodemográfico, elaborado para o estudo e Questionário de Sintomas Somáticos do Bebê, em um único encontro, aproveitando a ida da mãe e da criança à unidade de saúde para acompanhamento pediátrico de rotina. Foram realizadas análises descritivas dos distúrbios de comportamento entre as crianças. Os resultados preliminares apontam que a maioria das mães (95%) avalia de forma positiva a saúde geral do(a) filho(a), porém aproximadamente um terço delas (30%) avaliaram a qualidade do sono da criança como razoável ou ruim, seguida por avaliações negativas de respiração (25%), alimentação (22,5%), pele (20%), comportamento (15%) e digestão (10%). O estudo confirma a capacidade de identificação de sintomas somáticos funcionais na atenção primária à saúde.