Introdução: A depressão, transtorno que atinge duas vezes mais o sexo feminino, mostra-se como uma questão preocupante no Brasil que atravessa o contexto social e o papel atribuído a mulher. Objetivos: Trata-se de um estudo quantitativo que objetivou analisar o perfil de mortalidade de mulheres no Brasil em decorrência de um quadro depressivo. Metodologia: Realizou-se uma busca no sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) e foi analisado segundo as categorias de classificação Internacional de Doenças (CID-10): transtorno depressivo recorrente e episódios depressivos (F33 e F32), examinando os dados a partir de gênero, raça, envelhecimento e estado civil. Resultados: Obteve-se o registro de 2.892 mortes entre o período de 2015 a 2019, onde cerca de 60% são mulheres. Entre as mulheres, as mais afetadas são as idosas, mulheres não brancas (pardas e negras) e mulheres viúvas e solteiras, as casadas possuem valores significativos, mas não maiores. Conclusões: Evidenciou-se uma diversidade de fatores vinculados ao perfil de mortalidade de mulheres em decorrência de um quadro depressivo, a sobrecarga atribuída à mulher dentro do casamento, a questão racial, o envelhecimento, como também a viuvez. Os índices apontam para Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Bahia como as regiões com altos índices. Logo, se faz necessário um investimento na prevenção e promoção de qualidade de vida, rede de apoio à mulheres que passam por alguma situação que seja considerada fator de risco para um quadro depressivo, principalmente em regiões marginalizadas dos Estados citados.