Resumo: Nas últimas décadas, vários atores têm procurado promover a paz na periferia, enquadrados nas lógicas dominantes do intervencionismo global. Entre estes, expotências colonizadoras como Portugal têm vindo a intervir em espaços anteriormente sob o seu jugo colonial e onde se desenrolaram processos longos e complexos de violência. Este artigo analisa criticamente o papel de Portugal na promoção da paz, neste quadro duplo de ex-metrópole e de intervencionismo global. Começa, assim, por examinar brevemente o pensamento e prática destas intervenções e, de seguida, o contexto da política externa portuguesa pós-Revolução, explorando posteriormente os estudos de caso da Guiné-Bissau e de Timor-Leste. Por fim, o artigo debruça-se sobre as críticas a este intervencionismo e suas implicações, numa perspetiva pós-colonial.