IntroduçãoReconhece-se de longa data que uma das razões centrais para condução de avaliações é contribuir para orientar políticas e melhorar o desempenho dos programas 1 . Prover informações aos tomadores de decisão, promover a melhoria dos programas e determinar o mérito e o valor do objeto avaliado são considerados os principais propósitos dos estudos de avaliação para avaliadores profissionais 2 .Interesses, valores e motivações envolvidos nos usos das pesquisas avaliativas nas políticas têm sido intensamente debatidos. A suposição inicial de que evidências científicas conseguidas por meio de pesquisas rigorosamente conduzidas seriam naturalmente utilizadas pelos tomadores de decisão, num modelo linear ligando aquelas à implementação de ações de qualidade, cedeu lugar ao entendimento da complexidade dos aspectos implicados nas decisões políticas, cujos estudos avaliativos correspondem apenas a um dos elementos na tomada de decisões 1,3,4,5 .Os modos como os estudos avaliativos podem ser utilizados e influenciar gestores e demais envolvidos nas intervenções, têm sido descritos por vários autores e podem ser sintetizados quanto: aos usos da avaliação -instrumental (para orientar a política e a prática), conceitual (para gerar novas ideias ou conceitos que sejam úteis para prover de sentido o cenário político), e político (ou simbólico -para justificar preferências ARTIGO ARTICLE