Referenciais pedagógicos para educação em segurança alimentar e nutricional com populações indígenas e rurais do sul da Bahia

Abstract

O Núcleo de Estudos em Agroecologia e Produção Orgânica Pau Brasil da Universidade Federal do Sul da Bahia (UFSB) visa a promoção da Segurança Alimentar e Nutricional (SAN) e da Segurança Hídrica (SH) junto aos povos indígenas, agricultores familiares, proprietários e trabalhadores rurais localizados no Sul da Bahia. Para tanto, está sendo desenvolvido um conjunto de ações de ensino, pesquisa e extensão com base nos padrões SAN estabelecidos nacional e internacionalmente. Também são consideradas normas técnicas e legislações aplicáveis à qualidade de água para consumo humano. Através da extensão tecnológica, espera-se contribuir com a qualificação de agentes multiplicadores de educação em SAN, com a produção de materiais didáticos, com a socialização das informações necessárias para o planejamento alimentar das famílias e com a produção agroecológica.

Segurança Alimentar e Nutricional dos Povos Indígenas no Brasil: Revisão e Contextualização do Fenômeno

“…proveitosa dos recursos financeiros das famílias(SILVA, 2019), desde que consideremos sempre a organização e a postura desses povos indígenas.Apesar da relevância dos programas de políticas públicas na questão indígena, eles não suprem em sua totalidade as necessidades alimentares, nutricionais e econômicas das etnias, de acordo com os textos aqui analisados. Para que haja atenuação expressiva da insegurança confrontada por esses povos, é necessário que o Estado integre seus esforços com a diligência dos representantes indígenas, do mesmo modo que se torna crucial a concessão de terras e a garantia dos direitos fundamentais (GALLOIS, 2015 Apud ARAÚJO; KUBO, 2017; SILVA; PONTES, 2019).Dentre os textos analisados, é notória a escassez de dados estatísticos acerca dos contextos nutricionais indígenas (BRITO, 2019), uma vez que não há dados frequentes e atualizados sobre as T.I, um fator que se intensifica em comunidades indígenas de área geográfica remota, o que aponta para a importância da execução de pesquisas de cunho científico independentes, para a obtenção e atualização desses dados, bem como a execução de projetos solidários para empoderamento, mesmo que parcial, das populações alcançadas por esses projetos(SANCHEZ et al, 2019).Em decorrência da perda territorial sofrida por esses povos, eles tiveram mudanças na produtividade bem como déficit progressivo na biodiversidade da fauna e flora local, o que…”