RESUMO: Neste trabalho relatamos o caso de um paciente portador de síndrome de Lynch (HNPCC) que desenvolveu câncer retal metacrônico em curto intervalo de tempo após tratamento do tumor primário (câncer de cólon direito
INTRODUÇÃONeoplasia maligna mais comum do tubo digestivo, o câncer colorretal (CCR) teve sua incidência aumentada nos últimos anos, principalmente em áreas consideradas de baixo risco (países em desenvolvimento). Aproximadamente 80% dos pacientes desenvolvem o câncer colorretal (CCR) de forma esporádica, enquanto que em 20% há uma suscetibilidade hereditária à neoplasia. Estima-se em cerca de meio milhão o número de óbitos por esta doença a cada ano, com tendência a queda na mortalidade nos últimos anos 1 . No Brasil, o CCR é a quinta neoplasia maligna mais diagnosticada (ocupando segundo lugar na região Sudeste) e a quarta causa de morte por câncer 2-3 . São condições hereditárias freqüentemente associadas a CCR: a polipose adenomatosa familiar (PAF) e o cân-cer colorretal hereditário não polipose (HNPCC), também denominada síndrome de Lynch [4][5] . Das formas hereditárias, o câncer colo-retal hereditário não polipose (HNPCC) é a mais comum, sendo responsável por 20 -30% destes, o que equivale a 3% a 5% de todas as neoplasias colorretais 1 . Classicamente como é conhecida, a síndrome de Lynch I e II é uma doença autossômica dominante sendo cinco vezes mais freqüente que a polipose adenomatosa familiar (PAF) 2 e é decorrente de mutações em genes responsáveis pelo reparo do DNA. O envolvimento colônico isolado ocorre na síndrome Lynch I, enquanto no subtipo II ocorre câncer colorretal associado a neoplasias em outros órgãos, como de endométrio, ová-rio, mama, estômago, intestino delgado,sistema hepatobiliar, pâncreas, ureter e de pelve renal 3 . A penetrância está em torno de 80% 4,6 , ou seja, indivídu-Trabalho realizado no Hospital Geral de Bonsucesso -Rio de Janeiro.
Recebido em 18/06/2008Aceito para publicação em 29/07/2008