ResumoA vida em família modifi ca-se em função de avanços tecnológicos e das transformações nas interações entre as pessoas, o que cria novos desafi os para o estabelecimento de uma comunicação familiar eficiente e de boa qualidade. O artigo examina a infl uência de um tipo particular de comunicação familiar, o relembrar experiências pessoais. Analisam-se pesquisas que indicam que a maneira parental de relembrar está relacionada ao desenvolvimento de crianças e pré-adolescentes, em especial, da memória autobiográfi ca; mas também ao apego, à compreensão sobre o self, o outro e a mente, à regulação de emoções, ao desenvolvimento da autoestima e de habilidades pró-sociais e ao ajustamento psicológico. Apresentam-se pesquisas que mostram o que fazem os pais durante a conversação que pode infl uenciar positivamente o desenvolvimento de crianças e pré-adolescentes. Tecem-se considerações sobre o modo de estimular esse tipo de conversação nos contextos de crianças institucionalizadas, de centros de saúde e nas escolas.
Palavras-chave:Comunicação familiar, memória autobiográfi ca, narrativa autobiográfi ca, self, regulação de emoções.
Talking to remember in Family AbstractLife in family changes due to technological advances as well as to transformations in people's interactions. Therefore, new challenges to establish effi cient and good quality family communication are created. The article deals with the infl uence of a particular family communication, i.e., the recall of personal experiences. A number of investigations indicating that the way parents recall is related to the development of children and preadolescents, especially to the development of autobiographical memory, is examined. Moreover, it is analysed its relationship to attachment, to the comprehension of the self, the other and the mind, to emotion regulation, to the development of self-esteem and prosocial abilities, and to psychological adjustment. Studies showing what parents do during conversation, which may positively infl uence the development of children and preadolescents are presented. Ways of stimulating this type of conversation in contexts of institutionalized children, health centers, and schools are discussed.