Diante da nova economia da informação e do conhecimento, os recursos intangíveis têm apresentado progressivamente um papel preponderante na criação de valor e desempenho das firmas, sendo considerados, em alguns cenários, mais importantes do que os próprios recursos tangíveis da empresa. Todavia, nem todos recursos intangíveis são ativos. Há também recursos intangíveis que podem destruir o valor criado: os passivos intangíveis. Diante da relevância dos recursos intangíveis, especificamente da relação entre ativos e passivos intangíveis para as empresas, o estudo visa avaliar as implicações dos ativos e passivos intangíveis na rentabilidade e produtividade em empresas de capital aberto listadas no Brasil. Para tanto, utilizou-se de uma abordagem quantitativa e faz uso de métodos econométricos, mais especificadamente de dados em painel dinâmico (GMM). A amostra do estudo compreendeu 235 empresas de capital aberto, em um período de nove anos. Os resultados evidenciaram relações positivas entre a proporção de ativos intangíveis, rentabilidade e produtividade. Sendo assim, sugere-se que empresas detentoras de maior proporção de ativos intangíveis apresentam maiores níveis de rentabilidade e produtividade do que as empresas com passivos intangíveis. A perpetuação de intangíveis nas empresas tende a aumentar os recursos que são considerados raros e escassos, gerando mais valor do que os tangíveis. A intangibilidade é uma diferenciação das entidades, que podem agregar uma percepção mais favorável ao mercado com estes tipos de ativos. O estudo contribui ao evidenciar os papeis duplos e antagônicos de ativos intangíveis na criação de valor de uma empresa e de passivos intangíveis na destruição do valor da empresa. Ademais, contribui também ao sinalizar a importância de um nível elevado de investimentos em intangíveis para aumentar a competitividade das empresas.