Este trabalho analisou o padrão de chuvas e seus extremos na região do ABC Paulista, localizada no setor sudeste da Região Metropolitana de São Paulo englobando os municípios de Santo André, São Bernardo do Campo, São Caetano do Sul, Mauá, Diadema, Ribeirão Pires e Rio Grande da Serra. Também, avaliaram-se os impactos das chuvas intensas, através da frequência de eventos de deslizamentos de terra, inundações e alagamentos. O resultado da climatologia (1968-1998) identificou os meses de janeiro e fevereiro como os mais chuvosos da região, sendo Ribeirão Pires e Mauá os municípios com maiores acumulados de chuva no verão. A comparação da climatologia com a média das chuvas de um período mais atual (1999-2014) mostrou um incremento no mês de janeiro em Diadema, São Caetano do Sul, São Bernardo do Campo e Santo André, acompanhado, em contrapartida, pela redução das chuvas anuais. Os impactos das chuvas intensas foram verificados na análise da variabilidade de índices climáticos de chuva, a qual acompanhou a frequência anual dos eventos de deslizamentos e inundações, identificando os anos de 2010 e 2011 como aqueles de maiores chuvas e consequentemente com a maior ocorrência de desastres. Os eventos de deslizamentos são mais frequentes no verão, com destaque para os municípios de Ribeirão Pires, Mauá e Santo André. Também, se identificaram tendências positivas no número de dias com chuvas ≥ 50 mm (R50mm) em todos os municípios, sendo este limiar de intensidade um deflagrador de eventos de deslizamentos e inundações em áreas mais susceptíveis. Finalmente verificaram-se locais no ABC Paulista que se caracterizaram por apresentar baixas (região leste de Mauá) e altas (Diadema) intensidades de chuva, independentemente do verão ser muito chuvoso (2010) ou seco (2014). Nestas mesmas condições de anos extremos, Santo André apresentou a mais alta frequência de deslizamentos e inundações, sem a caraterística de apresentar as maiores intensidades de chuvas.