“…37 As mulheres, socializadas para a função de cuidado e atenção das pessoas 38,39 , sentem-se provavelmente confortáveis diante de funções de auxílio e de apoio emocional, o que favorece o exercício da profissão. Por outro lado, aos homens atribuem-se características como praticidade e objetividade 40 , independência, agressividade, dominância, competitividade 41 , de forma que o exercício de funções com cargas emocionais pode exigir um esforço maior, fator este que pode explicar o maior desgaste. No que se refere à formação, embora possa ser esperado que na profissão do psicólogo essas diferenças de gênero socialmente constituídas sejam atenuadas durante a graduação, considerando que esta capacita basicamente para demandas de natureza psicoafetiva, os resultados deste estudo, levam a crer que a formação não é suficiente para produzir mudanças nesse sentido, reforçando que ela é um importante pilar na identidade profissional dos psicólogos sem, contudo, ser a única via de influência na preparação dos profissionais.…”