“…Essas informações coincidem com os dados levantados por Barbosa (2012a, p.9) que indicam um crescimento do número de horas semanais trabalhadas pelos professores, sobretudo nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio: "[...] é considerável a porcentagem de professores que declarou trabalhar 40 horas ou mais por semana: 51% nos anos iniciais do Ensino Fundamental e 57% nos anos finais do Ensino Fundamental e no Ensino Médio".Para além da simples ampliação do número de aulas assumidas dentro de uma mesma rede de ensino ou dentro de um mesmo cargo, os baixos salários têm reflexos na configuração das jornadas de trabalho docente à medida que levam, em muitos casos, ao acúmulo de cargos, muitas vezes, em redes de ensino diferentes. É comum que os docentes, mesmo sendo efetivos, dissertação deAlvarenga (2008), onde a autora analisa os ritmos e jornadas dos docentes de uma escola pública do município de São Paulo, em coleta de dados feita com 16 professores a partir de questionários, é possível notar que grande parte deles (68,8%) trabalha tanto na rede municipal quanto na estadual. O acúmulo de cargos também acontece em busca de melhores salários e é possível pela falta de professores que há nas redes, permitindo que um mesmo professor possa dar aulas em diversas escolas, principalmente no ensino médio (COSTA, 2010).ARTIGOTambém há casos de professores que, além da dupla jornada, assumem outras funções além da docência para compensar os baixos salários (BARBOSA, 2011; OLIVEIRA, 2016b), intensificando sua jornada de trabalho e comprometendo o tempo dedicado ao planejamento de aulas, correção de atividades e preparação de aulas(BARBOSA, 2011(BARBOSA, , 2012a(BARBOSA, , 2012bCARNEIRO, 2012;COSTA, 2013), o que, por usa vez, também faz com que o nível de estresse e de doenças aumente (FARIA, 2010).…”