“…Em contrapartida, países sul-americanos como Peru, Colômbia e Venezuela foram o principal destino das exportações de três estados fronteiriços brasileiros, situados na região Norte, conforme consulta ao sistema de extração de dados Comex Stat. 5 A escala das exportações do Brasil aos dinâmicos mercados do Sudeste Asiático associada aos avanços das tecnologias empregadas na produção das commodities agrícolas, à obtenção de novas variedades produtivas resistentes a pragas e doenças e aos avanços na tecnologia da agricultura de precisão, juntos, foram fatores que contribuíram para as mudanças geoeconômicas internas no tecido produtivo nacional (Embrapa, 2018). Como resultado, tem-se uma dilatação da fronteira agrícola brasileira em direção a oeste e a norte do território, movimento que muitas vezes extrapola os limites nacionais e adentra um conjunto de províncias e departamentos de países fronteiriços ao Brasil, tal como ocorreu com o avanço da soja em Santa Cruz, na Bolívia, e nos departamentos paraguaios de Alto Paraná, Itapúa, Canindeyú, Caaguazú, San Pedro e outros (Barros, Severo e Carneiro, 2022).…”