Relações interculturais na vida universitária: experiências de mobilidade internacional de docentes e discentes

Abstract

RESUMOO presente estudo teve como objetivo analisar experiências interculturais de alunos e professores universitários que realizaram programas de mobilidade acadêmica internacional, focalizando os desafios vivenciados, os aspectos facilitadores e os ganhos alcançados. Foram conduzidas 30 entrevistas e o material obtido foi analisado qualitativamente com o auxílio do software Ethnograph. Resultados apontam que os maiores desafios concernem ao processo de adaptação sociocultural, sendo uma das principais dificuldades a barreira do idioma. Entre os elementos facilitadores destacam-se a relação com outros intercambistas e o apoio dos professores. A experiência de mobilidade revela-se como favorecedora da construção de um importante capital simbólico, contribuindo para o desenvolvimento de competências pessoais, interculturais, profissionais e acadêmicas. Destaca-se o papel da universidade nesse processo por meio de ações de apoio e orientação aos envolvidos.PALAVRAS-CHAVE internacionalização da educação superior; mobilidade acadêmica internacional; experiência intercultural. 774Revista Brasileira de Educação v. 22 n. 70 jul.-set. 2017

Nursing international student mobility in the University of São Paulo

“…The results related to airfare tickets, rent and food costs can be correlated to a study that evaluated the costs of living in a foreign country and showed that housing represents the main expense (7) . Therefore, the financial factor is one of the main reasons that hinder or impede the experience of international student mobility (12)(13)(14)(17)(18)(19)(20)(25)(26)(27) , and there is a need for future studies regarding this aspect.…”

“…The years of 2012 and 2013 had the highest number of exchange programs, which coincides with a high demand for Portuguese-speaking countries in the SwB program (19) . The significant growth of international academic mobility in Brazil in this period occurred due to changes in the direction of governmental public policies related to higher education (20) .…”

Friendships of Latin American Students in Brazil: From Individual Well-Being to an International Community

“…Some studies about the experience of international students in Brazil sometimes address the topic of friendship, without this being the focus of research. For example, Medeiros, Andrade and Passos have reported experiences of Brazilian students in international mobility and report that the friendship links are among the five most important experiences lived by these students abroad, emphasizing the formation of friendships with exchange students from other countries [38]. Oliveira and Freitas analyzed the experience of Brazilian students abroad and they reported the difficulties of Brazilian students to relate to other students inside and outside the university context and in the formation of friendships and social networks [39].…”

Motivações e experiências do intercâmbio internacional de estudantes universitários da área da saúde

“…No Brasil, desde a criação das primeiras universidades brasileiras, na década de 1930, as marcas da internacionalização já se faziam presentes com a vinda de professores visitantes ou convidados da Europa e de centros tradicionais, com o objetivo de se instalar ou consolidar o projeto acadêmico das instituições brasileiras emergentes. CONTEL, 2011;FREITAS, 2017) Nota-se que já na criação da primeira universidade criada no Brasil, na década de 1930, a Universidade de São Paulo, instituição criada pela elite política, econômica e intelectual do Estado de São Paulo, desde o seu início esteve voltada para o mundo.…”

“…Essa intenção está caracterizada na formação do seu corpo docente, em parte formado por professores europeus. FREITAS, 2017) Na Europa, a internacionalização da educação superior se constituiu em um processo marcante que seguiu à Segunda Guerra Mundial (1945) para a reconstrução da Europa. Nesse contexto, a internacionalização almejava assistência técnica para o desenvolvimento do continente por meio de acordos científicos, mobilidade estudantil e bolsas de capacitação.…”