Resenha: um diálogo entre a psicanálise e a neurociência

Winograd, Monah; Sollero-de-Campos, Flávia; Landeira-Fernández, J.

doi:10.1590/s0102-37722005000100016

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“…Além da discussão entre pulsão e instinto no tocante à tradução do Trieb freudiano por instinto, que mencionamos no início, na atualidade, o debate se insere em outra perspectiva. Segundo psicanalistas (ALBERTI & SILVA, 2005;BEZERRA JR. 2006, 2013WINOGRAD, 2004;WINOGRAD & DAVIDOVICH, 2010), nas discussões atuais, no quadro de desenvolvimento da biologia e das neurociências, a psicanálise tem tido conceitos fundamentais de seu corpo teórico como a pulsão, o recalque e o inconsciente questionados, outrora rejeitados, considerados como não científicos. Para o discurso neurocientífico naturalizante e biologizante, tudo se resumiria a uma questão de funcionamento biológico.…”

Section: Considerações Finaisunclassified

Pulsão E Instinto Em Suas Aproximações: Um Debate Ainda Atual

Daniel

2024

Kínesis

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Este trabalho parte da discussão sobre as diferentes traduções do termo alemão Trieb para evidenciar as relações entre o conceito de pulsão, originário da psicanálise, e o conceito de instinto, da psiquiatria. Para isso, aborda momentos da construção teórica do conceito de pulsão de Freud no primeiro dualismo pulsional e o trabalho de Foucault, quando tratou do instinto, destacando nessas construções o atributo de força e a teoria do apoio na psicanálise. A noção de força estava presente como integrante da constituição desses dois conceitos em questão. Já a teoria do apoio evidencia a ligação da pulsão, desde sua origem, às funções corporais. Como o instinto, a pulsão tem uma relação importante com o corpo biológico, embora não se restrinja ao mesmo. Por fim, esta discussão teórica nos remete a pensar na posição da psicanálise na atualidade, particularmente em sua relação com a biologia e as neurociências.

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Section: Considerações Finaisunclassified

Pulsão E Instinto Em Suas Aproximações: Um Debate Ainda Atual

Daniel

2024

Kínesis

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“…Na resenha do livro Um diálogo entre a psicanálise e a neurociên-cia, do autor V. M. Andrade, os autores citam que Andrade reconta a história da psicanálise, destacando a neurologia em Freud e sua convicção de que fazia ciência natural 5 . Em 1895, em Projeto para uma psicologia científica 6 , Freud fez uma tentativa de construir um modelo da mente humana com base nos mecanismos neurobiológicos até então conhecidos.…”

Section: Freud E a Neurobiologiaunclassified

O modelo estrutural de Freud e o cérebro: uma proposta de integração entre a psicanálise e a neurofisiologia

Lima¹

2010

Rev. psiquiatr. clín.

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ResumoContexto: Trabalhos recentes mostram que as visões psicanalítica e neurocientífica podem ser complementares e mutuamente enriquecedoras. Esses trabalhos indicam não só a viabilidade, mas a necessidade de reavaliar o legado psicanalítico de Freud, com uma abordagem conciliadora entre a psicanálise e a neurociên-cia. Objetivo: Apresentar uma proposta de integração entre a segunda tópica de Freud e o encéfalo, na tentativa de estabelecer um diálogo entre a psicanálise e a neurofisiologia, para melhor compreensão da mente humana. Método: Pesquisa bibliográfica e reflexão crítica sobre os dados obtidos. Resultados: Considerando as clássicas descrições de Freud, o id estaria relacionado aos circuitos neurais filogeneticamente mais antigos, como os circuitos do tronco cerebral, o feixe prosencefálico medial, a amígdala medial, o septo pelúcido, o hipotálamo, o núcleo acumbens, o estriado e os núcleos talâmicos. O superego, como um freio modulador dos interesses motivacionais/pulsionais do id, estaria representado principalmente pelo núcleo central da amígdala e pelo córtex da ínsula. O ego, como o mediador entre as forças que operam no id, no superego e as exigências da realidade externa, estaria relacionado principalmente ao córtex pré-frontal, considerado atualmente a sede da personalidade, importante para a tomada de decisões e ajuste social do comportamento. Conclusão: O modelo de integração aqui proposto não representa, em absoluto, um modelo completo, acabado, mas constitui um diálogo fértil entre a psicanálise e a neurociência, indicando que as clássicas descrições de Freud sobre a mente têm lugar perfeitamente na neurofisiologia de hoje. Lima AP / Rev Psiq Clín. 2010;37(6):270-7Palavras-chave: Freud, psicanálise, neurofisiologia, neurociências, neurobiologia. AbstractBackground: Recent studies show that psychoanalytical and neuroscientific contributions to the understanding of human emotions and behavior can be complementary, and the interaction between these two approaches can be fruitful for both perspectives. Objective: We revisited Freud's "structural model and encephalus", and propose and integrated reading of related psychoanalytical and neurobiological theories. Method: Bibliographic search and critical reflection about the selected papers. Results: Considering Freud's classical descriptions, the id would be related to phylogenetically primitive neural circuits, such as the brain stem, the medial fasciculus of the forebrain (prosencephalon), medial amygdala, septum pellucidum, hypothalamus, nucleus accumbens, basal ganglia and thalamic nuclei. The superego, as a modulator of id's drive/motivations, would be represented mainly by the central nuclei of the amygdala and the insular cortex. The ego, as a mediator between the forces that operate between the id, the superego and the demands of external reality, would be related mainly to the prefrontal cortex, which is nowadays considered as one the underpinning of personality, given its importance to behaviors involving decision making and social adjust...

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“…Se a teoria do trauma infantil é o que fundamenta as argumentações da violência enquanto condição da existência humana, é preciso entender o próprio conceito de trauma na teoria psicanalítica. Winograd et al 19 Prazer se rompe e o sujeito fica preso a cena traumática, sem conseguir fazer ligações representacionais, agindo por meio da compulsão a repetição, que se dá através de um esforço, sem sucesso, de ligação representacional do evento traumático (Winograd et al) 19 .…”

Section: Violência Trauma Simbolização E Transgeracionalidadeunclassified

“…No terceiro momento da teoria do trauma, datado de 1939, Freud revisou o conceito e ampliou a noção, apontando que os eventos de grande intensidade podem ter dois destinos: um negativo e desorganizador, que tem a ver com eventos que não puderam ser elaborados psiquicamente por serem experenciados em momento anterior a aquisição da linguagem e processados a partir de defesas muito primárias, de modo que não puderam se ligar a representações simbólicas. E outro, concebido a partir de um destino positivo, que tem a ver com a possibilidade de rememoração e elaboração do conteúdo recalcado (Winograd et al) 19 .…”

Section: Violência Trauma Simbolização E Transgeracionalidadeunclassified

“…Maia 19 aponta que a angústia é o sinal que o psiquismo recebe como meio de se preparar para situações de choque, mas quando esse recurso não pode ser acionado devido ao fator surpresa do evento, o psiquismo é invadido por uma intensidade pulsional que transborda sua capacidade de metabolizá-la, constituindo a situação traumática.…”

Section: Violência Trauma Simbolização E Transgeracionalidadeunclassified

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O que dizem as crianças, pré-adolescentes e adolescentes expostos a violência

Eda Paz Leite

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Dedico este trabalho ao meu irmão, Vinicius da Paz Leite, que também foi meu pai, amigo e professor. A ele, que desde muito cedo plantou em mim o desejo pelos estudos e a indignação diante das injustiças sociais. Na graduação me guiou, me incentivou e me fez tomar gosto pela pesquisa científica. Vinicius sempre foi meu grande interlocutor e mesmo que já não esteja mais presente, continuo aprendendo a cada dia com o que ele deixou. Sua memória será sempre viva em mim. Este trabalho também significou, de alguma forma, a continuação do diálogo com ele (e com tantos outros), que sempre foi e continua sendo meu maior mestre. AgradecimentosAgradeço as crianças, pré-adolescentes e adolescentes que confiaram em nossa escuta, acolhimento e na possibilidade de que juntos poderíamos construir formas de cuidados possíveis para aqueles que estão expostos a situações de violência. Olhar para as histórias de vida trazidas pelos participantes da pesquisa foi um grande desafio, por vezes me senti incapaz de adentrar terrenos tão novos e certamente fui incapaz de fazê-lo de maneira genuína, porque antes de mais nada existe uma distância e ao mesmo tempo uma aproximação minha com esse público, que me permite reconhecer em certa medida suas histórias, sentimentos, emoções e desejos, mas é impossível dizer que penetrei plenamente em seus mundos. Assim, espero que tenhamos conseguido, ao menos, transmitir uma parte daquilo que quiseram nos comunicar a uma distância respeitosa em relação as vítimas de violência. Agradeço a minha orientadora, Profª. Drª Rosana Teresa Onocko Campos, por me ensinar, acompanhar, orientar e supervisionar há mais de quatro anos. Com ela aprendi e continuo aprendendo não só sobre a pesquisa acadêmica, mas sobre a escuta, o acolhimento e o olhar singular e crítico. Sua parceria e interlocução foram essenciais na construção desse trabalho, que vem sendo gestado desde os tempos da residência em saúde mental. Agradeço ao grupo de pesquisa Interfaces pela construção conjunta do conhecimento, em especial a mestranda Giovana Pellatti D'Lopes pela coordenação do Comitê Gestor da Pesquisa, sendo ele o responsável por nos colocar em contato com os participantes, e a doutoranda Alice Andrade Silva, que generosamente contribuiu com boa parte do material coletado, possibilitando o desenvolvimento dessa pesquisa. Agradeço a banca de qualificação desta pesquisa, Prof. Dr. Julio Sergio Verztman e Profª. Drª. Maria Cristina Gonçalves Vicentin, que leram atentamente esta pesquisa, orientando e redirecionando meus estudos e minha escrita. Agradeço ao Serviço de Saúde Dr. Cândido Ferreira, por ter reconhecido a importância desta pesquisa e cedido horas de meu trabalho na instituição para que eu pudesse me dedicar a escrita. Agradeço ao Prof. Dr. Antonio Euzébios Filho, cuja dedicação pela orientação em meus tempos de iniciação científica geram ainda muitos frutos. Agradeço a minha irmã, Fernanda Eda Paz Leite, que nas horas de maior ansiedade foi fortaleza e teve a habilidade de me acolher, acalmar e que, desde os tempos de infâ...

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Resenha: um diálogo entre a psicanálise e a neurociência

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