RESUMO -
INTRODUÇÃOO tomate ( Lycopersicon esculentum Mill) é classificado como fruto climatérico e está entre os produtos agrícolas recordistas em perdas, em razão da sua elevada perecibilidade. O complexo processo de maturação dos frutos é controlado geneticamente e coordenado por uma série de alterações fisiológicas e bioquímicas que afetam principalmente o sabor, odor, cor e textura (Lurie et al., 1996), que tornam o fruto aceitável para o consumo. O amadurecimento caracteriza-se por uma seqüência de alterações sincronizadas e evidenciadas por mudanças na taxa respiratória, produção de etileno, síntese de carotenóides, desenvolvimento de "flavor", alteração na textura (Lobo, 1981), degradação da clorofila, produção de açúcares, alteração no metabolismo de ácidos orgânicos e amidos, aumento na atividade de enzimas pectolíticas, maturação das sementes (Tigchelaar et al., 1978), que ocorrem em um período relativamente curto.Algumas pesquisas visam a melhorar as características químicas, tais como, sólidos solúveis t otais (SST), acidez total titulável (ATT) e pH dos frutos. As variações no teor de sólidos solúveis totais entre os frutos de diferentes genótipos são atribuídas a diversos fatores, entre os quais a capacidade do fruto de importar assimilados fotossintéticos. Aproximadamente metade da matéria seca dos tomates é constituída por açúcares redutores, cerca de 25% ácidos orgânicos e aminoáci-dos, lipídeos e minerais e o restante, sólidos insolúveis em álcool. Desse modo, avalia-se a importância dos açucares e ácidos orgânicos como constituintes principais tanto da matéria seca total como dos sólidos solú-veis totais em tomates (Young et al., 1993).A aparência do fruto, baseada principalmente na coloração, é um atributo de qualidade que afeta diretamente a sua aceitação comercial (Gómez et al., 1998). A coloração externa do tomate é resultado da pigmentação da polpa e da casca e a cor é condicionada não só pela quantidade total de carotenóides, mas também pela relação licopeno/betacaroteno, a qual é importante na coloração final, variando com o grau de maturação. Os genes alc e rin interferem diretamente na síntese de pigmentos carotenóides (Lobo, 1981). Em homozigose, esses mutantes afetam drasticamente a síntese de licopeno (Kopeliovitch et al., 1979;Lobo, 1981) e betacaroteno (Araújo, 1997), não permitindo que os frutos desenvolvam coloração aceitável; entretanto, em heterozigose (alc + /alc e rin + /rin), atuam no sentido de prolongar a firmeza sem que a coloração se torne um fator limitante.A redução da textura é resultado da atividade de enzimas hidrolíticas de parede celular que interferem na integridade dos tecidos sob ação da pectinametilesterase (PME) e poligalacturonase (PG) (Vilas Boas, 1998). Os alelos mutantes alc e rin, situados em locos distintos no genoma do tomateiro, inibem o processo natural de maturação dos frutos, interferindo principalmente na firmeza devido à redução da atividade de enzimas hidrolíticas de parede celular, desacelerando o processo de amolecimento dos frutos (Filguei...