Revisão com síntese qualitativa sobre as experiências de meninos e meninas que praticam bullying na escola

Abstract

Esse estudo focalizou a questão da prática do bullying escolar e as diferenças entre meninos e meninas. Objetivou-se sintetizar e interpretar estudos primários qualitativos sobre a prática de bullying escolar. Metodologicamente, consultou-se as bases de dados PsycINFO, SCOPUS, Web of Science, SciELO e o periódico International Journal of Bullying Prevention. Seguiu-se a seguinte questão norteadora: quais as evidências científicas qualitativas sobre a as experiências de meninos e meninas que praticam bullying na escola? Foram incluídos na revisão seis artigos. Verificou-se que os meninos praticam mais o bullying do tipo físico e as meninas utilizam técnicas indiretas para agredir colegas. Os agressores, em geral, apresentam as seguintes características: alto senso de superioridade; desejo de controle; busca de poder e status; obtenção de prazer; agressividade como constituinte de sua imagem; consciência da prática da intimidação. Em uma nova síntese foi apresentada uma crítica reflexiva sobre os achados revisados. Embora o número de referências incluídas na revisão seja limitado, essa síntese qualitativa é relevante na medida em que lança luz sobre as experiências de meninas e meninas que praticam bullying e essas evidências poderão nortear ações de intervenção antibullying.

Percepção de professores acerca do bullying na escola: implicações para a prática de enfermagem

“…A prática do Bullying pode ser causada pela necessidade que o agressor tem de se impor sobre o outro, seja para mostrar poder, como para sua satisfação pessoal. Percebe-se uma necessidade de autoafirmarem o tempo todo perante si e perante os outros (Leão, 2010;Feijó et al, 2022). Swearer et al (2011) citaram alguns dos principais efeitos da vitimização, tais como solidão, maior evitação da escola, ideação suicida, baixa autoestima, depressão, ansiedade, problemas físicos de saúde e baixo rendimento acadêmico.…”

“…Em casos mais graves, podem cometer suicídio. Os agressores podem se envolver em situações de violência doméstica, uso e abuso de drogas e prática de atos infracionais (Fung, 2012;Anjos & Ramos, 2020;Feijó et al, 2022).…”

“…Além disso, o bullying pode provocar a vitimização também das famílias, chegando a causar prejuízos financeiros, sociais e emocionais aos pais da vítima bem como as crianças e adolescentes que sofrem ou seus praticantes, podendo os mesmos necessitarem de assistência psicológica, educação especial, apoio de programas sociais e até mesmo da ajuda da justiça da infância e adolescência (Lima, 2011;Nomelini et al, 2020;Feijó et al, 2022;Marques et al, 2022). Nesse sentido, o bullying é considerado como um problema de saúde pública, e como tal deve ser reconhecido também pelos profissionais da área de saúde bem como por toda a comunidade escolar juntamente com a sociedade.…”

“…Estudantes com comportamentos de agressão e vitimização frequentemente identificados pelos professores, devem passar por uma intervenção mediada pelos coordenadores da escola, buscando dessa forma aconselhamento através do diálogo no sentido de ajudar a trazer regras entre os alunos em conflito, a fim de garantir entre eles um nível mínimo de comunicação e convivência harmoniosa (Fante, 2005;Mendes, 2011;Nomelini et al, 2020;Feijó et al, 2022). Ioshinaga (2015) sugere que a comunidade escolar seja mobilizada para que seja possível a concretização da cultura da participação, uma vez que a educação se torna peça-chave na construção da cidadania, autonomia e formação da identidade das pessoas e ao mesmo tempo insere a sociedade na escola pública.…”

“…A escola deve trabalhar a temática dentro da sala de aula no cotidiano letivo, ressaltando sempre a comunicação, o respeito com o outro, a educação, a solidariedade e a amizade. Em estudo acerca das consequências e medidas preventivas do Bullying na percepção de professores e alunos do ensino fundamental os professores relataram o diálogo com os envolvidos como principal atitude e os alunos apontaram como medidas mais comuns a retirada de sala e encaminhamento à coordenação (Santos et al, 2015;Feijó et al, 2022). Destaca-se que para prevenir é necessário buscar os motivos da agressão para saber como agir futuramente e mediar o conflito (Santos et al, 2015;Harth et al, 2022).…”