Riscos psicossociais em unidades especializadas: implicações para a formação e a saúde do enfermeiro residente

Abstract

RESUMO: Objetivou-se neste estudo identificar os fatores de risco psicossocial presentes em unidades especializadas, na visão do enfermeiro residente e analisar como os mesmos afetam a saúde do grupo. Método qualitativo, descritivo, tendo como campo cinco unidades especializadas de um hospital universitário, situado no município do Rio de Janeiro (Brasil). Utilizou-se a técnica de entrevista semiestruturada com 20 residentes, em 2012. Aplicada a análise de conteúdo aos depoimentos, chegou-se aos seguintes resultados: na visão do enfermeiro residente, os riscos psicossociais acarretam prejuízos ao processo de formação e estresse ocupacional, sendo alguns deles: recursos humanos e materiais insuficientes, conflitos no trabalho em equipe e a pouca autonomia. Concluiu-se que há necessidade de as instituições envolvidas no processo de formação promoverem o gerenciamento dos riscos presentes em unidades especializadas, de modo a minimizar os prejuízos acarretados ao processo de formação e à saúde do grupo. Palavras-Chave: Enfermagem; estresse; controle de riscos; saúde mental.

Transdisciplinariedad en salud mental: Una propuesta de modelo de formación

“…Finalmente, y en correspondencia con lo dicho en el párrafo anterior, esta Propuesta de Modelo de Formación reconoce la importancia de atender, no solo a las falencias en la formación en SM que expresan tanto los profesionales como las instituciones en los que estos se desempeñan, sino también a las condiciones en los que se ven impli-cados y que afectan su SM, puesto que como se encontró en un estudio realizado en Brasil, los riesgos psicosociales a los que se ven expuestos los profesionales del área de la salud llegan a entorpecer su trabajo y generar importantes niveles de estrés (Vasconcelos et. al, 2015).…”

Riscos psicossociais no trabalho no setor público brasileiro: revisão sistemática

“…A falta de autonomia na realização das tarefas ou na participação nas decisões, bem como os conflitos de relacionamento foram fatores de destaque nos estudos com trabalhadores de enfermagem (Celestino et al, 2020;Madrid, Kotekewis & Glanzner, 2020;Sousa et al, 2020;Scozzafave et al, 2019;Sobral et al, 2018;Silva & Guimarães, 2016;Lima et al, 2015), agentes de combates a endemias (Matos, Silva & Silveira, 2020) e policiais militares (Ferreira, Bonfim & Augusto, 2012). Somado a isso, a insatisfação profissional também foi mais marcante nos estudos com profissionais da área da saúde (Matos, Silva & Silveira, 2020;Silva et al, 2015), embora também seja vivenciada por profissionais da educação (Greco et al, 2018), profissionais da segurança pública (Jaskowiak & Fontana, 2015) e profissionais da assistência social (Halpern, Leite & Moraes, 2015).…”

“…No que se refere aos danos psicológicos, destacaram-se o estresse e a Síndrome de Burnout (Sousa et al, 2020;Lopes & Silva, 2018;Oliveira et al, 2018;Sobral et al, 2018;Silva & Guimarães, 2016;Lima et al, 2015;Oliveira et al, 2015;Silva et al, 2015;Fontana & Lautert, 2013;Oliveira et al, 2013;Ebling & Carlotto, 2012;Souza et al, 2012), seguida por transtornos de ansiedade e depressão (Roncoleta et al, 2019;Scozzafave et al, 2019;Moreira & Rodrigues, 2018;Moura et al, 2018;Medeiros et al, 2014;Beleza et al, 2013;Ferreira, Bonfim & Augusto, 2012;Serafim et al, 2012). Já os danos sociais foram apontados somente no estudo de Rissi, Monteiro & Ferreira (2020) com professores da pós-graduação de universidades públicas e privadas, cujo destaque foi para a impaciência com as pessoas em geral, agressividade nos relacionamentos interpessoais e insensibilidade em relação aos colegas.…”

Transtornos mentais comuns em residentes de enfermagem: uma análise a partir do Self Reporting Questionnaire

“…De acordo com os pontos de corte estabelecidos, para os sexos masculino e feminino, a suspeição global de TCM na amostra foi de 52,1%, sendo 21,4% em residentes do primeiro ano (R1) e 30,7% do segundo (R2). Apesar dos perfis sóciodemográficos dos R1 e R2 não terem diferenças estatisticamente significativas, infere-se que os R2, embora tenham maior experiência e vivência em relação ao processo formativo, estão mais expostos aos estressores ocupacionais, pelo fato de aturarem em setores especializados, cuidando de pacientes com maior nível de complexidade e com risco de complicações e morte 12 .…”