O presente artigo tem como objetivo trazer ao palco do debate direitos de cidadania ativista de jovens. Para isso, apresenta argumentos que desmontam pressupostos que desconsideram e desqualificam as pessoas jovens, sobretudo as menores de 18 anos, enquanto cidadãs ativas e capazes de se envolver em causas comuns, criar propostas e participar em processos de tomada de decisão. O cenário é o de uma investigação participativa com base em métodos artísticos e orientada para a ação, em que jovens entre os 14 e os 17 anos do grupo de pesquisa participaram na Greve Climática Estudantil que aconteceu no Porto em maio e setembro de 2019. Desencadeada pela jovem ativista Greta Thunberg, esta mobilização internacional de jovens pela justiça ambiental e social foi um dos palcos onde foram observadas e analisadas práticas participativas do grupo. Esta experiência evidenciou desejos de liberdade e a necessidade destas pessoas jovens se expressarem, serem vistas, ouvidas e consideradas na gestão de assuntos que as afetam direta ou indiretamente, portanto, de exercerem cidadania. Simultaneamente, revelou-se a necessidade de compreensão das limitações às estruturas de acesso e oportunidade de participação como exercício de cidadania, do reconhecimento de formas e contextos plurais de expressão e participação jovem.
Recebido: 14/5/2021
Aceite: 6/12/2021