O complexo uso de medicamentos pode resultar em riscos para o paciente, especialmente os recém-nascidos (RN) em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN). Em geral, RN hospitalizados em UTIN fazem uso de diversos fármacos e, grande parte classificados como medicamentos de alta vigilância (MAV). O amplo uso de antimicrobianos, também é uma realidade na UTIN. O presente estudo tem como objetivo identificar, quantificar e classificar os medicamentos comumente usados nos neonatos em UTIN, com o propósito de propor ações sobre o uso racional da farmacoterapia. Trata-se de um estudo descritivo com delineamento longitudinal realizado no período de janeiro a agosto de 2020. Os medicamentos utilizados foram classificados de acordo com a metodologia Anatomical Therapeutic Chemical (ATC). No estudo foram incluídos 208 neonatos, predominantemente do sexo masculino (57,7%) e prematuros (43,3%). O tempo médio de internação foi de 40,6 dias. O motivo principal para a internação foi a prematuridade. Os pacientes utilizaram em média 12,8 medicamentos, prevalecendo a glicose isotônica 5% (87,5%), glicose hipertônica 50% (86,5) e cloreto de sódio 0,9% (85,1%). As principais indicações foram reposição eletrolítica, sepse precoce e sepse tardia. Os grupos ATC predominantes foram: sangue e órgãos hematopoiéticos (B) e anti-infecciosos de uso sistémico (J). Os MAV corresponderam a 28,3%. O uso de medicamentos que atuam no sangue e nos órgãos hematopoiéticos e medicamentos anti-infecciosos de uso sistêmico foi elevado. Ações relacionadas ao controle de utilização desses medicamentos devem ser realizadas a fim de evitar o comprometimento da segurança do paciente e a efetividade do tratamento.