IntroduçãoA descoberta da secreção de várias molécu-las metabolicamente ativas pelos adipócitos tornou obsoleta a visão de que eles funcionam apenas como uma reserva passiva de energia. Dentre os mediadores químicos secretados, podemos citar os áci-dos graxos, que diminuem a taxa de oxidação da glicose pelos tecidos periféricos; a adiposina e outros fatores do complemento envolvidos na resposta imune; o fator de necrose tumoral alfa (α-TNF), que pode ser também importante determinante de insulino-sensibilidade, e a angiotensina, que parece promover a diferenciação terminal de células pré-adipócitas em adipócitos 1 . Recentemente descobriu-se um novo produto secretado pelos adipócitos, a leptina, uma proteí-na de peso molecular de 16 kDa, composta por 167 aminoácidos, codificada pelo gene ob. A etimologia da palavra "leptina" deriva da palavra grega "leptos", que significa magro. A sua função primá-ria é agir no SNC, participando da regulação do peso por meio do controle do apetite e do consumo de energia. Já o gene db responde pela conformação dos receptores 2 . Existe uma crescente evidência de que a leptina seja um elo fisiológico entre o peso corporal e a fertilidade 3 . É sabido que a fertilidade depende de uma nutrição adequada e das reservas de energia, havendo, portanto, uma íntima relação entre as reservas metabólicas e a capacidade reprodutiva. Como exemplo desse fenômeno, observa-se que tanto as pessoas em restrição dietética extrema como as excessivamente obesas apresentam alterações do funcionamento do eixo reprodutivo 4 .