Objetivou-se compreender os motivos que levam os usuários a buscar as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) quando o problema de saúde poderia ser resolvido no âmbito da Atenção Primária à Saúde (APS). Estudo descritivo, qualitativo, com 24 usuários da UPA de município do Sul do país, coleta de dados em fevereiro/março de 2015, por entrevista semiestruturada, e analisados pela análise de conteúdo. Dos resultados emanaram três categorias: descompasso entre a visão médico-centrada e a inadequação das equipes de saúde da APS para atenção à demanda espontânea; o acolhimento deficitário na APS gera dificuldades de acesso e baixa resolutividade da equipe de saúde; e desarticulação entre UPA e APS: necessidade de estruturação da coordenação do cuidado. Conclui-se que as UPAs são vistas pela população como mais resolutivas, havendo necessidade de ordenar fluxos de atendimento e educar/informar a população sobre seu funcionamento.