RESUMOO objetivo do estudo foi identificar o papel das avós no processo de cuidado aos recém-nascidos de risco no primeiro ano de vida. O estudo é descritivo-exploratório e foi realizado com famílias de crianças de risco nascidas no município de Maringá-PR no período de 1º de maio a 31 de outubro de 2008. Os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estruturadas realizadas nos domicílios em seis momentos distintos. O processo de interpretação de conteúdo foi utilizado como suporte para a interpretação dos dados. Os resultados demonstram que a mãe é a principal responsável pelos cuidados ao filho e que o apoio recebido na realização dos cuidados com o bebê é pequeno, porém significativo, principalmente nos momentos difíceis. A presença das avós possibilita às mães sentirem-se mais seguras e amparadas para o cuidado com o bebê, ao mesmo tempo em que a falta de apoio torna-as mais frágeis para cuidar da criança. Conclui-se pela necessidade de valorização das avós no processo de expansão das famílias uma vez que sua participação proporciona melhor qualidade de vida para a mãe e o bebê, especialmente os de risco, que necessitam de cuidados mais frequentes.
Palavras-chaves:Relações Mãe-Filho. Relações Familiares. Apoio Social.
INTRODUÇÃOO recém-nascido (RN) de risco é aquele que apresenta imaturidade funcional, requerendo, logo após o nascimento, um ambiente que seja capaz de suprir suas necessidades básicas e lhe ofereça proteção. Durante o período gestacional a mãe desenvolve uma sensibilidade especial que lhe permite compreender intuitivamente as necessidades do filho e de exercer suficientemente bem o cuidado materno. A qualidade deste cuidado, por sua vez, é assegurada pelas condições do ambiente em que ela vive, pois a mãe também necessita de suporte e aconchego, requisito imprescindível para capacitá-la para o atendimento às necessidades da criança (1) . Essa função protetora é inicialmente desenvolvida por familiares, principalmente pelas avós, podendo também incluir amigos e vizinhos.Esse tipo de proteção pode ser definido como "apoio social" e está relacionado com o grau em que as relações interpessoais correspondem a determinadas funções (por exemplo, apoio emocional, material e afetivo), com maior ênfase no grau de satisfação do indivíduo com a disponibilidade e qualidade dessas funções (2) . É um processo que possui efeitos tanto para quem recebe quanto para quem oferece o apoio, permitindo que as pessoas ampliem sua autonomia e a sua capacidade de assumir o cuidado de si (3) . Esse apoio provém primariamente da família, considerada uma unidade de cuidado em que se efetivam os relacionamentos de pessoas que vivem juntas e comprometidas (4)