Síndrome de Burnout em profissionais de saúde em cenário de pandemia de Covid-19: análise de um hospital universitário

Abstract

Introdução: A Síndrome de Burnout (SB) ocorre quando há o esgotamento físico e emocional do trabalhador. Pesquisas demonstraram que as características do trabalho estão associadas ao desenvolvimento desta doença. A pandemia do coronavírus 2019 (COVID-19) foi responsável por estabelecer novos desafios para os profissionais de saúde relacionados ao surgimento de uma nova doença, como: cargas de trabalho prolongadas e sentimento de insegurança quanto a uma possível infecção pelo vírus. Questão norteadora: Qual a prevalência da SB entre os profissionais de saúde que atuam na linha de frente no combate à COVID-19? Objetivo: O objetivo desta pesquisa foi analisar a repercussão da pandemia de COVID-19 no desenvolvimento da SB entre os trabalhadores da saúde atuando no combate à doença. Metodologia: O levantamento foi realizado integralmente por meio digital. A pesquisa utilizou o Inventário de Burnout de Maslach para evidenciar a presença da síndrome entre os participantes, e relacionou as informações obtidas com dados de um questionário sociodemográfico para analisar seu impacto no desenvolvimento da SB. Resultados: Ao todo, 73 pessoas participaram do estudo, composto principalmente de enfermeiros, técnicos de enfermagem e médicos, dos quais 83,5% eram mulheres. O estudo demonstrou alta prevalência de despersonalização entre os participantes (média de 65,51%, maior em médicos com 73,3%) e moderada prevalência de exaustão emocional (média de 48,27%; maior em técnicos de enfermagem, com 56,52%). Já a baixa realização pessoal foi evidenciada em 32,75% dos participantes, que contribuiu para que a prevalência da SB entre os profissionais de saúde do hospital estudado ficasse em 14%. Conclusão: Fatores como: o sentimento de realização pessoal pela atuação na pandemia, as estratégias de gestão visando diminuir a sobrecarga dos profissionais e as características próprias do funcionamento da instituição analisada podem justificar a baixa prevalência da síndrome nesse cenário.

Burnout Syndrome in Nursing Professionals in COVID -19 Intensive Care

“…It is worth noting that in this study, as in Barello et al (2020), Hu et al (2020) and Salviato and Vasconcelos Filho (2021), the EE dimension was observed as the majority manifestation. Interpersonal demands, work load and pressure are triggers for exhaustion.…”

“…Research carried out in the Brazilian Southeast region identified that the nursing team had high EE (44.26%), high DE (56.61%) and low RP (27.22%) (Salviato & Vasconcelos Filho, 2021). In the present study, in turn, less expressive situations were identified, with 28.7% for high EE, 3.8% for high DE and 24.8% for low RP, which demonstrates different effects of the pandemic in different locations and periods.…”

“…Regarding the association between having children and BS, Salviato and Vasconcelos Filho (2021) found its presence related to the DE domain, with a positive association. In this study, the association was negative, since BS was more present among those who did not have children.…”

“…The results obtained in this study point to a high risk for Burnout Syndrome in 45.2% of the nursing staff who work on the front line of COVID-19 in the ICU of two public hospitals. In studies carried out in other places in Brazil, the prevalence of the syndrome in nursing professionals during the pandemic ranged from 25.5% to 33.7% (Freitas et al, 2021;Salviato & Vasconcelos Filho, 2021). The pandemic also revealed a worldwide exhaustion of professionals, however, it is expected that the variability of criteria used to identify the presence of BS, as well as personal, organizational, work and social characteristics, can generate different results from the prevalence of the syndrome (Benevides-Pereira, 2003).…”